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Agronegócio

CRÉDITO RURAL: Cooperativas de crédito ganham força

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do PORTAL DO AGRONEGÓCIO

O avanço ultrapassa com folga o crescimento dos outros agentes que atuam nesse mercado e já incomoda tanto o Banco do Brasil, líder histórico no segmento, quanto as instituições privadas que também estão fortalecendo sua atuação no campo.

Salto – Com o crescimento, a fatia do ramo cooperativo no volume total de financiamentos liberados ao setor agropecuário saltou de 9%, na safra 2013/14, para 17,2% agora, de acordo com dados do Banco Central.

O incremento médio, segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), foi de 8,8% ao ano em valores deflacionados, enquanto o BB amargou queda de 3,4% ao ano e os bancos privados registraram baixa de 5,3% no intervalo.

Avanço – E o avanço tende a continuar acelerado, sobretudo diante da maior concorrência no segmento estimulada pelo governo. Nesse contexto, o perfil mais simplificado de gestão, com executivos mais próximos dos cooperados e estrutura de gerência menor e menos burocrática, é uma das vantagens competitivas do setor cooperativista, de acordo com especialistas.

Mais leves – “As cooperativas de crédito são muito mais leves que os bancos tradicionais. Conseguiram furar o bloqueio de um grupo muito fechado de bancos e são, hoje, as que mais estão ganhando ‘share’ no crédito rural, crescendo a uma taxa de dois dígitos há um bom tempo”, diz o economista Antônio da Luz, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Atuação – Atualmente, 437 cooperativas de crédito atuam no segmento rural no país. Em cerca de 600 municípios, segundo dados da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), elas atuam praticamente sozinhas, e em boa parte com agências digitais. Márcio Freitas, presidente da entidade, reforça que em muitos casos essa atuação se dá onde não há nenhuma outra agência bancária. “Estamos ocupando espaços que, muitas vezes, os bancos não querem. E é aí que as cooperativas são mais competitivas”, diz.

Bancos cooperativos – A maioria das cooperativas de crédito sempre emprestou aos produtores rurais por meio dos dois bancos cooperativos em operação no país (Bancoob e Sicredi). Mas há algumas que operam sem esses bancos. São as chamadas “solteiras”, ligadas a cooperativas de produção, como a Credicoamo, que recentemente receberam aval para captar poupança para o crédito agrícola.

Pequenos negócios – “Enquanto alguns bancos deixaram de crescer nos últimos anos, estamos inseridos na atividade econômica dos pequenos municípios, onde o agronegócio é pujante e tem ficado um pouco alheio às crises”, afirmou ao Valor João Tavares, presidente do Banco Cooperativo Sicredi.

Abrangência – Guarda-chuva para 114 cooperativas de crédito como a Credicitrus – líder nas contratações de crédito rural entre as cooperativas financeiras -, o Sicredi tem hoje 1,7 mil agências no país e mantém uma carteira de crédito rural de R$ 22,1 bilhões, ou 40% de toda sua carteira de crédito. Em 2018, o Sicredi cresceu 27,7% na comparação com o ano anterior.

Outros estados – Com forte atuação na região Sul, o Sicredi, que tem 81,2% de suas agências no meio rural, busca agora avançar em São Paulo, Minas Gerais e no Nordeste, e também em cidades onde é a única instituição financeira. Com boa penetração entre pequenos e médios produtores e “funding” baseado em poupança rural e depósitos à vista, o Sicredi vê um crescimento cada vez maior dos empréstimos com Letras de Crédito do Agronegócio (LCA).

Principal fonte – No Bancoob, as LCA já despontam como principal fonte de recursos, o que comprova que os bancos cooperativos também estão antenados na maior demanda por recursos a juros livres com o patamar baixo da taxa básica de juros (Selic). Oriundo de cooperativas do Sudeste, o Bancoob conta com uma carteira de R$ 15,2 bilhões no crédito agrícola e vem crescendo cerca de 14% ao ano nas últimas seis safras – das 430 cooperativas do sistema Sicoob, 80% operam com crédito rural.

Experiência maior – “Nossa atuação no crédito rural, que era nada há 20 anos, fez empurrar o ‘share’ do BB para baixo. E estamos na frente dos privados, porque adquirimos uma experiência maior operando sistematicamente nesse setor em escala nacional há 22 anos”, afirma Marco Aurélio Almada, presidente do Bancoob.

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Agronegócio

Infraestrutura portuária emperra exportações do café brasileiro

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Mesmo fora do pico da safra, o Brasil deixou de embarcar mais de 737 mil sacas de café em abril deste ano por conta de entraves logísticos, segundo levantamento do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

O prejuízo direto com armazenagem adicional chegou a R$ 6,6 milhões — mas o impacto é muito maior. A impossibilidade de escoamento representou perda de US$ 328,6 milhões (ou R$ 1,9 bilhão) em receita cambial que o país deixou de arrecadar no mês.

A situação escancara um problema crônico: a infraestrutura portuária nacional, especialmente nos principais corredores de exportação, não acompanha o ritmo da produção agrícola. Desde junho de 2024, os exportadores associados ao Cecafé já acumulam R$ 73,2 milhões em custos logísticos extras — reflexo de terminais saturados, gargalos operacionais e morosidade nos investimentos públicos.

Segundo a entidade, mesmo com menor volume de cargas nos terminais, típico da entressafra para produtos como o café, os problemas persistem. Isso aponta não para excesso de demanda, mas para deficiência estrutural. E quem sente o baque não são apenas os exportadores: o produtor rural também paga a conta.

O Brasil é um dos países que mais repassa ao cafeicultor o valor obtido com as exportações. Em média, neste ano, 88,3% do preço FOB é transferido aos produtores de café arábica e 96,5% aos de canéfora. Quando o café não sai do porto, a renda também não chega ao campo.

Eduardo Heron, diretor técnico do Cecafé, afirma que o problema é sistêmico e que os anúncios de investimentos — como o leilão do Tecon Santos 10, a concessão do canal marítimo, o túnel Santos-Guarujá e a nova descida da Anchieta — são bem-vindos, mas lentos. “Essas melhorias devem levar cerca de cinco anos para sair do papel. A ideia de restringir a participação no leilão do Tecon Santos 10, por exemplo, pode judicializar o processo e agravar os atrasos”, alerta.

O café é apenas um símbolo de um problema mais amplo. A cadeia agroexportadora, que inclui desde grãos e carnes até fibras e frutas, depende de um sistema logístico eficiente para se manter competitiva no mercado internacional. Enquanto as soluções não chegam, o agronegócio brasileiro, que responde por boa parte do superávit comercial do país, segue enfrentando uma realidade em que o campo colhe, mas o porto não entrega.

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio

VBP da agropecuária deve ultrapassar R$ 1,5 trilhão em 2025

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O Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária do Brasil deve alcançar R$ 1,53 trilhão neste ano, com alta de 13,1% em relação a 2024. A projeção foi divulgada nesta terça-feira (20.05) pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O número é superior ao previsto no mês passado, quando a entidade estimava um faturamento de R$ 1,51 trilhão.

A agricultura deve puxar esse crescimento, com previsão de R$ 1 trilhão em faturamento — valor 13,1% maior que o registrado em 2024. Entre os produtos, o milho se destaca, com crescimento estimado de 35,4% e VBP de R$ 173,6 bilhões. O bom desempenho é atribuído tanto à produção quanto aos preços praticados.

Outro destaque é o café, principalmente o robusta, que deve ter alta de 93,4% no VBP, seguido pelo arábica, com crescimento de 63,7%. Além da valorização dos preços, a previsão de uma safra mais favorável ajuda a explicar os números.

Outros produtos importantes para o campo também aparecem nas projeções da CNA:

  • Soja: R$ 367,9 bilhões (+10,1%);

  • Cana-de-açúcar: R$ 104,8 bilhões (-1,2%);

  • Pluma de algodão: R$ 35,8 bilhões (+4,3%);

  • Laranja: R$ 23,1 bilhões (-2,1%).

Na pecuária, o crescimento estimado é de 12,9%, com VBP previsto de R$ 520,3 bilhões. Carne bovina e ovos devem liderar esse avanço. A carne bovina pode alcançar R$ 252,2 bilhões em faturamento, com alta de 19,5%, enquanto os ovos devem ter um salto de 22,9%, somando R$ 29,2 bilhões. Leite, frango e carne suína também devem registrar crescimento, ainda que em ritmo mais moderado:

  • Leite: R$ 101,1 bilhões (+3,3%);

  • Carne de frango: R$ 92,5 bilhões (+7,5%);

  • Carne suína: R$ 45,1 bilhões (+7,7%).

Segundo a CNA, o VBP reflete o faturamento bruto das atividades agropecuárias dentro das propriedades rurais, calculado a partir da produção e dos preços reais médios (deflacionados pelo IGP-DI) recebidos pelos produtores em todo o país.

Com esse cenário, o setor agropecuário brasileiro segue como um dos principais motores da economia nacional, impulsionado por bons preços e produção consistente, apesar dos desafios climáticos e de mercado.

Leia aqui o comunicado técnico completo.

Fonte: Pensar Agro

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