Menu

Pesquisar
Feche esta caixa de pesquisa.
Pesquisar
Feche esta caixa de pesquisa.

Agronegócio

Estado adere à plataforma Selo Verde visando aumentar exportações

Publicado

Com exportações que somaram aproximadamente R$ 45 bilhões em 2024 (considerando a cotação média de R$ 6,00 para o dólar do ano passado), Mato Grosso do Sul dá um passo estratégico ao aderir à plataforma Selo Verde. O objetivo é manter o acesso a mercados internacionais, especialmente a União Europeia, que respondeu por cerca de 11% do total exportado.

O acesso a esse mercado, no entanto, está ameaçado pela entrada em vigor do Regulamento Europeu para Produtos Livres de Desmatamento (EUDR, na sigla em inglês), que exige rastreabilidade ambiental rigorosa e comprovação de que não há desmatamento após 31 de dezembro de 2020. Embora a fiscalização efetiva tenha sido prorrogada por seis meses, com início previsto apenas para junho de 2026, o regulamento começa a valer já no próximo 30 de dezembro de 2025, colocando pressão imediata sobre exportadores brasileiros para adequarem seus processos e comprovar conformidade socioambiental.

O Selo Verde é um sistema inteligente de rastreabilidade socioambiental desenvolvido pelo Centro de Inteligência Territorial da Universidade Federal de Minas Gerais (CIT/UFMG) com apoio do programa europeu AL-INVEST Verde.

Analistas do setor alertam que, sem comprovação de conformidade, o estado corre risco de perder mercados estratégicos e limitar o acesso de grandes exportadores e pequenos fornecedores integrados à cadeia — impacto que repercute diretamente nas receitas estaduais e no saldo da balança comercial.

A iniciativa, oficializada em termo de cooperação firmado com representantes da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), do Imasul e do Governo de Minas Gerais, marca um divisor de águas no esforço regional para atender padrões de transparência e conformidade ambiental impostos por regulamentos como o EUDR (European Union Deforestation Regulation).

Com a plataforma, Mato Grosso do Sul passa a mapear em tempo real as áreas rurais registradas no Cadastro Ambiental Rural (CAR), consolidando informações sobre uso do solo, cobertura vegetal, regularidade ambiental e localização precisa das propriedades. A tecnologia permite verificar e comprovar que a produção de soja, milho e carne bovina não envolve desmatamento após 31 de dezembro de 2020, exigência central do novo marco europeu.

“Não estamos apenas ajustando processos, mas elevando o padrão competitivo do setor”, afirma o secretário Jaime Verruck, da Semadesc. “Sem dados e rastreabilidade, o risco de bloqueio ou restrição do acesso ao mercado europeu é concreto, e isso pode resultar em prejuízo bilionário para as cadeias exportadoras do estado.”

Segundo estimativas do setor, a União Europeia responde por até 30% das exportações sul-mato-grossenses de soja e proteínas animais, movimentando bilhões de reais anuais. Em 2024, o agronegócio estadual exportou cerca de R$ 18 bilhões, sendo metade para destinos que já exigem conformidade socioambiental certificada.

Além de aumentar as chances de continuidade dos embarques e evitar gargalos regulatórios, a plataforma fortalece a imagem do produto brasileiro, agregando valor e diferenciando o estado na disputa global por mercados mais exigentes em transparência e governança. A adoção do Selo Verde também estimula avanços em inovação, digitalização e eficiência no campo, alinhando Mato Grosso do Sul à tendência mundial por uma economia de baixo carbono e ativa no cumprimento de metas ambientais.

A expectativa do governo sul-mato-grossense é que o sistema, já em operação em Minas Gerais e referência em boas práticas de compliance socioambiental, seja rapidamente integrado à realidade dos produtores sul-mato-grossenses, consolidando o estado como protagonista nacional em exportações sustentáveis.

Fonte: Pensar Agro

Comentários Facebook
publicidade
Clique para comentar

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Agronegócio

Ritmo do plantio melhora, mas Mato Grosso encara replantio e abortamento

Publicado

O plantio da soja na safra 2025/26 já passa de 60% da área estimada no Brasi. O avanço no campo foi puxado especialmente pelo retorno das chuvas ao Cerrado e ao Sudeste, mas as condições climáticas seguem desiguais de norte a sul do país.

No principal estado produtor, o ritmo de plantio foi marcado por chuva instável. Alguns produtores tiveram que replantar áreas e relatam abortamento de flores e vagens por conta da falta de umidade, especialmente no começo da safra. A chegada de chuvas mais regulares nesta semana traz esperança de recuperação das lavouras e retorno ao calendário normal.

O estado registrava atraso até a semana passada, mas o aumento das chuvas acelerou os trabalhos nas lavouras nos últimos dias. A umidade ainda preocupa em algumas regiões do interior, onde o solo permanece próximo ao limite ideal para a soja.

Neste ano, o Paraná também enfrentou estiagem em setembro e outubro, afetando o início do plantio. Agora, com chuvas melhor distribuídas, o avanço das máquinas pelo campo está mais rápido, embora ainda haja casos localizados de solo seco, principalmente no oeste do estado.

O ritmo de plantio está dentro da média histórica, mas segue afetado pela irregularidade das chuvas. Produtores relatam a necessidade de monitorar diariamente a umidade do solo para garantir o estabelecimento das plantas.

No Matopiba (região formada pelos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), os trabalhos avançam lentamente. A estiagem prolongada atrasou o início das atividades, e muitos agricultores aguardam mais precipitações para acelerar a semeadura.

No milho, destaque para São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Goiás, onde 72% da área já foi cultivada — número praticamente igual ao do ano passado. As chuvas das últimas semanas ajudaram, mas as regiões ainda devem acompanhar atentamente a evolução do clima, que segue instável.

Resumo por estado:

  • Mato Grosso: Irregularidade, replantio, expectativa de recuperação.

  • Goiás: Chuva acelerou; umidade ainda preocupa em áreas específicas.

  • Paraná: Estiagem inicial, melhora com chuvas recentes.

  • Mato Grosso do Sul: Ritmo normal, mas dependente da umidade.

  • Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí, Bahia): Atraso por falta de chuva, semeadura lenta.

  • São Paulo/Minas Gerais/Paraná/Goiás (milho): 72% da área plantada, chuvas favoreceram avanço.

Produtores seguem atentos às previsões: o cronograma dos próximos dias dependerá da continuidade das chuvas, fundamentais para garantir o potencial produtivo da safra atual.

Fonte: Pensar Agro

Comentários Facebook
Continue lendo

Agronegócio

Custos do confinamento estabiliza e arroba valoriza acima de R$ 800

Publicado

Após meses de alívio nos preços dos insumos, o confinamento bovino começa a entrar em uma nova fase de estabilidade. O Índice de Custo Alimentar Ponta (ICAP) de outubro de 2025 mostra que os custos com nutrição animal pararam de cair e começam a dar sinais de retomada, especialmente no Centro-Oeste. Mesmo assim, a valorização da arroba e o bom desempenho das exportações têm garantido rentabilidade e otimismo ao setor.

De acordo com o levantamento, o ICAP atingiu R$ 12,87 no Centro-Oeste, alta de 1,74% frente a setembro, enquanto no Sudeste o índice ficou em R$ 12,17, praticamente estável. O estudo indica que o “piso” dos custos nutricionais ficou para trás e que a tendência para os próximos meses é de elevação gradual, acompanhando o movimento de recuperação dos grãos e farelos.

Na principal região confinadora do país, os custos com insumos energéticos, proteicos e volumosos registraram aumentos de 1,78%, 7,62% e 7,25%, respectivamente. A dieta de terminação — etapa mais cara do ciclo de engorda — encerrou o mês em R$ 1.100,30 por tonelada de matéria seca, alta de 2,89%.

Entre os insumos que mais pressionaram o orçamento do confinador estão o caroço de algodão (+6,59%), a silagem de milho (+3,13%), o farelo de soja (+2,81%), a torta de algodão (+2,51%) e o milho grão seco (+2,46%). Ainda assim, a boa oferta regional de grãos e o desempenho positivo da arroba do boi gordo têm mantido o equilíbrio econômico das operações.

No Sudeste, a estabilidade foi garantida pela queda acentuada dos insumos volumosos, que recuaram 14,85% e compensaram as altas nos energéticos (+3,59%) e proteicos (+5,73%). A dieta de terminação fechou o mês em R$ 1.144,37 por tonelada, aumento leve de 1,22% frente a setembro.

Entre os destaques de alta na região estão o sorgo grão seco (+2,78%), o caroço de algodão (+4,75%) e o farelo de amendoim (+1,41%). Mesmo com os ajustes pontuais, o confinamento sudestino segue competitivo, mas com margens mais apertadas devido aos fretes mais caros e à menor disponibilidade de insumos durante a entressafra.

Na comparação com outubro de 2024, o contraste regional é claro. O Centro-Oeste reduziu em 13,62% o custo nutricional da engorda, beneficiado pela maior disponibilidade de milho e soja após a colheita. Já o Sudeste registrou aumento de 2,35%, pressionado pelos custos logísticos e pela alta de insumos durante os meses secos.

Segundo análises da Conab e do Cepea, o cenário confirma o papel estratégico do Centro-Oeste como fornecedor de grãos e proteína animal, consolidando a região como referência nacional em eficiência produtiva.

Mesmo com o leve avanço nos custos de alimentação, a arroba do boi gordo segue valorizada, impulsionada pelas exportações recordes de outubro e pela firmeza dos contratos futuros na B3. O bom desempenho do mercado externo, especialmente nas vendas para a China, tem sido um dos principais pilares da rentabilidade dos confinadores.

De acordo com os cálculos do ICAP, os custos estimados por arroba produzida ficaram em R$ 188,87 no Centro-Oeste e R$ 193,18 no Sudeste. Esses valores permitem margens médias acima de R$ 810 por cabeça — um resultado considerado robusto para o período de entressafra.

Além do bom momento do mercado físico, as bonificações pagas pelos frigoríficos em lotes habilitados para exportação à China — o chamado “Boi China” — têm ampliado os ganhos dos produtores. O diferencial varia entre R$ 5 e R$ 7,50 por arroba, conforme a região e a qualidade do lote, representando uma oportunidade adicional de lucro.

Com custos sob controle, arroba valorizada e exportações firmes, o confinamento bovino encerra o segundo semestre com fôlego renovado. O cenário é de atenção aos insumos, mas também de confiança. A combinação de eficiência produtiva e mercados aquecidos garante que, pelo menos por enquanto, o boi confinado continue sendo um bom negócio.

Fonte: Pensar Agro

Comentários Facebook
Continue lendo

Política MT

Cidades

Nortão

Policial

Mais Lidas da Semana