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Guerra entre Israel e Hamas completa um mês. Até quando deve durar?

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Bombardeios de Israel destruíram parte de Gaza nos últimos dias
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Bombardeios de Israel destruíram parte de Gaza nos últimos dias

Há um mês, o grupo armado palestino Hamas surpreendia o mundo ao lançar o que diziam ser cinco mil mísseis contra o território sul de Israel , além de enviar tropas armadas que sequestraram e mataram cidadãos do país hebreu e estrangeiros. Depois da ofensiva, Israel revidou e, desde então, tem bombardeado a Faixa de Gaza diariamente , deixando mais de dez mil mortos, cerca de 300 por dia, dos quais mais de quatro mil são crianças.

Apesar dos mais de 25 mil feridos e de pressão internacional, a guerra não parece estar perto do cessar-fogo. Países árabes, ONU (Organização das Nações Unidas), e até os Estados Unidos, aliado histórico de Israel, já pediram que o país interrompa os bombardeios para que civis e reféns sejam poupados. No entanto, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, segue firme com sua posição de “eliminar” o Hamas.

Com isso, a guerra tem escalado diariamente. Conforme o número de mortos cresce, aumenta também a possibilidade de abertura de novas frentes de batalha, seja com a entrada do libanês Hezbollah, na fronteira norte de Israel, ou pela ameaça iraniana , ambos aliados do Hamas.

João Alberto Amorim, professor de Direito Internacional na Unifesp, não acredita no alastramento da guerra para outros países no Oriente Médio e, na sua avaliação, o conflito perdeu o propósito e agora trata-se de uma “guerra de extermínio”.

“A guerra ficará restrita a essa dupla frente de combate, provocando a morte de civis na Faixa de Gaza, e atacando o sul do Líbano, que é defendido pelo Hezbollah. O que ninguém explica é como foram mortos 200 palestinos na Cisjordânia, sendo que o Hamas não está na região desde 2006”, afirma.

Em paralelo, o Hamas ainda mantém cerca de 240 reféns em túneis na Faixa de Gaza e afirma que só abrirá negociação após pausa imediata nos bombardeios, que vêm destruindo toda a infraestrutura do enclave, com demolição de hospitais, moradias e até campos de refugiados.

Amorim critica a estratégia de Israel para lidar com os reféns. Segundo ele, “nenhuma polícia do mundo é ensinada a atirar, matar o refém, só para atingir o alvo”.

“Israel é o quarto maior exército do mundo, e um dos mais bem treinados. Se a questão for salvar reféns, você não destrói o território onde estão esses cativos. Se pararmos para pensar, os quatro reféns liberados até o momento foram pela via diplomática, com negociação entre Catar, Israel e o próprio Hamas”, opina.

Saídas

No início de novembro, os Estados Unidos sugeriram a criação de uma coalizão de países do Oriente Médio ou entidades internacionais para administrar a Faixa de Gaza. O governo interino ficaria em vigor até que uma Autoridade Palestina (AP) voltasse a ser restabelecida na região.

Segundo o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, o que faria “mais sentido” seria uma Autoridade Palestina “revitalizada e eficaz” assumisse o governo. Para o secretário, seria necessário avaliar a exequibilidade de “chagar a esse ponto de uma só vez”.

Israel fez questão de se posicionar, afirmando que a Autoridade Palestiniana (AP) só poderá regressar ao poder na Faixa de Gaza se for encontrada uma “solução política abrangente” para o conflito Israel-Palestina, segundo o presidente da AP, Mahmoud Abbas.

A Autoridade Palestina, no entanto, quer que a solução envolva toda a Cisjordânia e Jerusalém Oriental, como previa a resolução inicial para os dois estados. Israel, por sua vez, ocupa os dois territórios e não se vê abrindo mão de nenhum deles.

Para João Alberto Amorim, da Unifesp, “nenhuma dessas soluções é nova”. “Está tuno no acordo de Oslo, de 2003, que Israel vem desrespeitando desde então, com apoio dos EUA”.

“O Blinken sugere essa solução, mas os EUA votam contra a negociação de paz no Conselho de Segurança da ONU. É incongruente. Esse caminho proposto por eles [EUA] não é uma janela para ter paz na região. Talvez o caminho passe pelo cumprimento e obediência às diversas resoluções da ONU que mandam Israel cumprir suas fronteiras, estabelecidas em 1967. Além de, claro, interromper os bombardeios e o bloqueio imposto à Gaza desde 2006”, continua.

De acordo com o professor, a guerra não está próxima de um cessar-fogo.

“Ao contrário, acredito na continuidade desse conflito, por, pelo menos, mais algumas semanas. A não ser que a pressão internacional cresça a ponto de governos como os EUA, Grã-Bretanha, Alemanha, começarem a cortar recursos e cobrarem mais enfaticamente um cessar-fogo, inclusive com sanções econômicas”, finaliza.

Fonte: Internacional

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Bolsonaro deve receber tratamento de chefe de Estado na posse de Milei

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Javier Milei e Bolsonaro se encontraram na última sexta-feira
Reprodução/redes sociais

Javier Milei e Bolsonaro se encontraram na última sexta-feira

Em Buenos Aires desde quinta-feira (7), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) receberá tratamento de chefe de Estado neste domingo (10) durante a cerimônia de posse de Javier Milei como presidente da Argentina. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não comparecerá ao evento e será representado pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

Neste domingo, Bolsonaro deve receber tratamento de chefe de Estado após ter sido pessoalmente convidado por Milei para participar da cerimônia de posse. Segundo a equipe do argentino informou à Folha de S. Paulo, Bolsonaro estará nas cerimônias fechadas no Congresso Nacional e na Casa Rosada.

Bolsonaro já se encontrou com Milei na sexta-feira (8), em reunião que contou também com a presença da ex-candidata à presidência e futura ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), do ex-secretário de Comunicação da Presidência, Fabio Wajngarten, e do presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto.

Depois do encontro, Bolsonaro disse à imprensa que a reunião com Milei foi uma “conversa entre amigos”, e que eles falaram sobre “muitas amenidades”. “A equipe dele [Milei] está sendo formada muito parecido como nós formamos a nossa no Brasil, e não dá nem para comparar com a equipe do turista que é o Lula”, disse Bolsonaro.

Além de se encontrar com Milei, Bolsonaro também se reuniu em Buenos Aires com o ex-presidente argentino Mauricio Macri e com o primeiro-ministro da Hungria, o ultradireitista Viktor Orbán. Nas redes sociais, Orbán chamou Bolsonaro de “bom amigo”.

Além de Bolsonaro

Uma espécie de caravana de cerca de 50 bolsonaristas (incluindo deputados, senadores e governadores) acompanha o ex-presidente na viagem, mas não deve ter espaço nas cerimônias oficiais já que, além de Bolsonaro, apenas seu filho Eduardo foi formalmente convidado para a posse de Milei.

Os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), e do Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), também devem estar em Buenos Aires neste domingo.

Fonte: Internacional

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Javier Milei assume hoje a presidência da Argentina; veja detalhes

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Javier Milei toma posse neste domingo
Reprodução/Instagram

Javier Milei toma posse neste domingo

Javier Milei assume neste domingo (10) a presidência da Argentina depois de conquistar o apoio de 55% dos eleitores no pleito disputado em novembro. A cerimônia de posse acontece em Buenos Aires a partir das 11h no horário local (o mesmo de Brasília).

A primeira parada de Milei é no Congresso, onde prestará juramento, será empossado e receberá a faixa e o bastão presidenciais do atual presidente, Alberto Fernández. A vice-presidente Cristina Kirchner entregará os atributos à futura vice-presidente, Victoria Villarruel.

O primeiro discurso de Milei como presidente não deve ser feito dentro do Congresso, mas sim do lado de fora, onde espera que seus apoiadores estejam. Nas redes sociais, o ultralibertário convocou a população a ir à sua posse levando bandeiras da Argentina.

Depois de discursar na porta do Congresso, Milei seguirá para a Casa Rosada, sede do Executivo, onde cumprimentará as delegações estrangeiras. Apesar de fazer o trajeto escoltado, Milei pretende descer na Praça de Maio e cruzá-la a pé, rumo à Casa Rosada.

No final da tarde, por volta das 17h, os ministros de Milei devem tomar posse, cerimônia que será seguida por um culto inter-religioso na Catedral Metropolitana de Buenos Aires. À noite, haverá uma apresentação no Teatro Colón.

Brasil na posse de Milei

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não irá a Buenos Aires para a posse de Milei, e será representado pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

Depois de Milei atacar diretamente o presidente durante sua campanha e diante da presença de bolsonaristas no evento, Lula optou por não comparecer à cerimônia.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que se encontrou com Milei na Argentina na sexta-feira (8), marcará presença na posse. Além dele, uma espécie de comitiva bolsonarista deve comparecer à cerimônia, incluindo 30 deputados federais, quatro deputados estaduais e cinco senadores.

Na lista, aparecem nomes como os do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL) e do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Apesar da lista contar com cerca de 50 nomes, apenas Bolsonaro e seu filho Eduardo foram formalmente convidados por Milei – os demais não devem ter espaço garantido na cerimônia.

Governo de Milei

Milei assume o governo com discurso radical ligado à extrema direita e pautas ultraliberais. Dentre suas principais defesas, estão a dolarização da economia e a privatização de empresas estatais.

De acordo com o jornal argentino Clarín, logo na segunda-feira (11) Milei deve lançar um pacote econômico que contará com as seguintes medidas:

  • Proibição ao Banco Central da Argentina de emitir moeda para financiar o Tesouro;
  • Retirada gradual dos subsídios às tarifas entre janeiro e abril;
  • Não haverá obras públicas, exceto aquelas com financiamento externo;
  • Aumento de imposto sobre importações;
  • Prorrogação do Orçamento de 2023 para congelar os gastos;
  • Liberação de preços de combustíveis e planos de saúde;
  • Suspensão de contribuições não reembolsáveis aos estados;
  • Congelamento de benefícios orçamentários para empresas privadas;
  • Os repasses para as universidades serão apenas pelos montantes e valores de 2023;
  • Salários públicos ajustados à nova pauta orçamentária congelada;
  • Transferência da dívida das Leliqs (títulos emitidos pelo BC argentino) para o Tesouro Nacional;
  • As empresas públicas se tornarão sociedades anônimas para facilitar sua venda;
  • Desvalorização do peso e fixação do dólar comercial em cerca de 600 pesos (somados impostos, valor ficaria entre 700 e 800 pesos).

Segundo o Clarín, as medidas não precisam do aval do Congresso. Na Câmara dos Deputados e no Senado, Milei deve enfrentar forte oposição , já que as duas Casas são compostas, em grande parte, por congressistas do Unión por la Patria, coalizão peronista do ministro da Economia e ex-candidato à presidência, Sergio Massa.

Embora o partido de Milei, La Libertad Avanza, tenha alcançado muitas cadeiras no Congresso, o número ainda está longe de representar a maior parte das casas legislativas. Na Câmara, o número de deputados saltou de três para 38, de um total de 257. No Senado, o número aumentou de zero para sete, de um total de 72.

Mesmo contabilizando os congressistas do Juntos por el Cambio, coligação da ex-candidata à presidência Patricia Bullrich, que apoiou Milei no segundo turno e assumirá como ministra da Segurança , o futuro presidente ainda não tem maioria no Senado e ultrapassa a metade na Câmara por apenas dois deputados. Coligações menores, como a Tercera Vía e a Izquierda, também se opõem a Milei.

Fonte: Internacional

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