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Internacional

Japão tenta tirar idosos do volante após casos sucessivos de acidentes fatais

Publicado

Por BBC

Apesar de registrar a mínima histórica de 3.532 mortes no trânsito em 2018, o Japão se vê atormentado pelo comportamento de um grupo que cresce nas estatísticas da Agência Nacional de Polícia. Motoristas com 75 anos ou mais se envolveram em 460 acidentes fatais no ano passado e em 109 nos quatro primeiros meses de 2019.

Muitos casos ocorreram por erro do condutor idoso, que acelerou o veículo pensando estar freando. A sucessão de acidentes levou o governo a pensar em medidas preventivas e parte da população a agir.

Aos 82 anos, o empresário Toyoharu Kurihara decidiu se aposentar da direção. Ele, que desde os 23 anos sempre esteve motorizado, resolveu se desfazer do carro e agora só se desloca a pé, de ônibus ou de trem para cumprir a intensa agenda como diretor-presidente de uma empresa de alimentos localizada na província de Kanagawa.

Essa mudança de hábito está exigindo muito do físico e do tempo do senhor octogenário. Se de carro ele levava meia hora no trajeto de casa até a empresa, agora Kurihara gasta uma hora e quinze minutos com dois ônibus e duas trocas de linha de trem só para ir trabalhar.

O governo japonês reconhece que tomar decisão assim não é fácil, principalmente para os idosos que moram em vilarejos. Nesses lugares, os serviços de transporte público são limitados e há poucos jovens a quem se possa recorrer se um idoso precisar ir ao médico ou fazer compras.

Aos 82 anos, o empresário Toyoharu Kurihara se aposentou da direção e agora pega dois ônibus e vários trens para ir trabalhar — Foto: Arquivo pessoal/BBC

Aos 82 anos, o empresário Toyoharu Kurihara se aposentou da direção e agora pega dois ônibus e vários trens para ir trabalhar — Foto: Arquivo pessoal/BBC

Por região, descobriu-se que 72,9% dos que vivem em cidades com menos de 100 mil habitantes e 75,5% dos que residem em vilarejos costumam pegar no volante. Nas metrópoles e cidades maiores, esse índice é de 50%. Os resultados dessa pesquisa servirão para o governo pensar em medidas de apoio à sociedade envelhecida.

Essa é uma equação complicada de se resolver, mas diante do buzinaço dos números, foi necessário agir. Dados da Agência Nacional de Polícia mostram queda no total de acidentes de trânsito no Japão, mas presença cada vez maior de idosos nas estatísticas.

No ano passado, motoristas com 75 anos ou mais foram responsáveis por 14,8% do total de acidentes fatais ocorridos no período. Uma década atrás, a proporção era de 8,7%.

Confusão com os pedais

Entre janeiro e abril deste ano, a Agência Nacional de Polícia registrou 109 acidentes fatais com idosos, incluindo o atropelamento causado por um ex-funcionário do governo de 87 anos. Em abril, o carro dirigido por Kozo Iizuka atingiu e matou Mana Matsunaga, de 31 anos e sua filha Riko, de 3 anos, quando elas atravessavam de bicicleta uma faixa de pedestres em Tóquio. Outras oito pessoas ficaram feridas.

Como na maioria dos casos, o idoso que provocou o acidente afirmou ter pisado no freio quando viu o grupo de pessoas. Porém, a perícia técnica constatou que ele se enganou e acabou acelerando ainda mais o carro, correndo a 90km/h numa área em que o limite é de 50km/h.

Em outro caso recente ocorrido na província de Fukuoka, sul do Japão, um carro conduzido por um homem de 81 anos atravessou um cruzamento em alta velocidade, colidindo com outros cinco veículos. O condutor e a esposa morreram nesse acidente e outras sete pessoas ficaram feridas. Nesse caso, a perícia também constatou que o homem havia pisado firme no acelerador, disparando o carro.

Para lidar com esse tipo de erro, uma das propostas do governo é limitar os motoristas a certos tipos de veículo em horários específicos e em certas áreas, além de promover medidas para fornecer opções de transporte.

Já a governadora de Tóquio, Yuriko Koike, anunciou que vai criar um subsídio para aquisição de um equipamento destinado a evitar a aceleração súbita do carro. A proposta é o governo metropolitano cobrir cerca de 90% do custo do dispositivo e de sua instalação. O motorista arcaria com com menos de US$ 90.

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Internacional

Vizcarra enfrenta Congresso peruano em processo de impeachment

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por

G1

O presidente do Peru, Martín Vizcarra, enfrenta nesta sexta-feira (18) um julgamento no Congresso que ameaça tirá-lo do poder em um momento em que o país vive o agravamento da pandemia do novo coronavírus e uma grave recessão econômica.

O processo de impeachment contra Vizcarra, de 57 anos, foi aberto na semana passada, depois do vazamento de áudios que, segundo parlamentares, mostram o presidente tentando minimizar a sua relação com o cantor Richard Cisneros, investigado por conta de contratos irregulares com o governo.

Nos áudios, Vizcarra conversa com duas assessoras sobre as idas de Cisneros ao palácio presidencial e pede para que mintam em um inquérito parlamentar.

Em seu discurso diante dos parlamentares, o presidente colocou-se à disposição do Ministério Público e fez um apelo para que os congressistas “não se distraiam” neste momento em que o país enfrenta a crise do coronavírus.

Segundo o mandatário, até o momento, não há comprovação de irregularidades que justificassem a sua destituição. “O único ato ilegal que está comprovado até agora é a gravação clandestina”, afirmou.

Após o pronunciamento do presidente, o seu advogado, Roberto Pereira Chumbe, deu início à sua defesa.

Após as argumentações da acusação e da defesa, os parlamentares debaterão antes de votar uma moção para destituir o atual mandatário.

Se Vizcarra for derrubado, o chefe do Congresso, Manuel Merino, político discreto quase desconhecido dos peruanos, assumirá as rédeas do país. O popular presidente, que deixaria o poder dez meses antes do término de seu mandato, teria um destino semelhante ao de seu antecessor Pedro Pablo Kuczysnki (2016-2018), que foi forçado a renunciar sob pressão do Parlamento.

Derrota no Tribunal Constitucional
Na quinta-feira (17), o Tribunal Constitucional rejeitou uma medida cautelar solicitada por Vizcarra para suspender o julgamento.

A juíza Marianella Ledesma destacou que o tribunal não concedeu a medida, porque “o risco de vacância diminuiu”, sinal de que os inimigos de Vizcarra não teriam votos para destituí-lo, segundo a agência France Presse.

A imprensa local avalia que é muito improvável que os deputados votem em maioria pela sua saída.

César Acuña, chefe do segundo maior partido no Congresso e possível candidato nas eleições presidenciais de 2021, já afirmou que uma derrubada de Vizcarra “só poderia agravar” a situação atual do país, já fragilizado pelo impacto da crise provocada pelo novo coronavírus.

A aprovação do impeachment no Congresso exige 87 votos dos 130 parlamentares. Na abertura do processo, a oposição conseguiu 65 votos (21 deles do Alianza para el Progreso, de Cesar Acuña).

Apesar do desgaste, Vizcarra mantém alta a sua popularidade. Uma pesquisa da Ipsos apontou que oito a cada dez peruanos querem que ele permaneça à frente do Executivo.

‘Complô contra a democracia’
A abertura do processo de impeachment acontece em meio a confrontos entre o Legislativo e o Executivo pela aprovação de uma reforma política promovida pelo governo. A mudança deixaria candidatos condenados pela Justiça fora das eleições.

Vizcarra, um centrista que assumiu a presidência em 2018 após a renúncia de Pedro Pablo Kuczynski, acusa o Congresso de “complô contra a democracia”. Ele não tem representação no Congresso e não pode concorrer nas eleições do próximo ano devido aos limites constitucionais.

 

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Internacional

Nova York adia novamente início de aulas presenciais em escolas públicas

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por

G1

O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, anunciou na quinta-feira (17) o adiamento do reinício do ensino presencial nas escolas públicas da cidade pela segunda vez por causa da pandemia.

Embora as aulas pela internet tenham começado, o início do ensino presencial já havia sido adiado anteriormente do dia 10 de setembro para o dia 21, para os alunos que optaram por voltar às salas de aula.

Agora, apenas crianças em idade pré-escolar e alunos com necessidades especiais de aprendizagem irão se dirigir aos prédios escolares na segunda-feira (21), disse o prefeito em entrevista coletiva. Os estudantes do ensino primário irão começar na terça-feira (29). Alunos do ensino médio começarão na quinta-feira (1º).

O maior distrito escolar dos Estados Unidos, que atende mais de 1,1 milhão de crianças e adolescentes, enfrenta dificuldades para encontrar funcionários dispostos a trabalhar em salas de aula durante a pandemia de Covid-19.

O adiamento aconteceu após líderes de sindicatos de professores falarem a respeito de preocupações com relação à volta às aulas presenciais.

“Embora eles reconheçam que houve um progresso real, não foi feito o suficiente, e é preciso fazer mais para nos certificarmos de que as coisas estejam firmes como elas precisam estar”, disse de Blasio a jornalistas.

O prefeito afirmou que estudantes e funcionários seguem mudando de opinião sobre a disposição para o ensino presencial, o que torna difícil o planejamento para direcionar professores para equipar cada sala de aula.

No total, 4,5 mil educadores foram contratados, disse de Blasio, acrescentando que espera anunciar ainda mais contratações nas próximas semanas.

A maioria dos outros distritos escolares nos Estados Unidos descartou planos de retomar o ensino presencial no momento. Em Los Angeles, segundo maior distrito escolar do país, e em Chicago, os estudantes estão ficando em casa e usando computadores para assistir suas aulas.

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