A juíza da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, Ana Cristina Silva Mendes, decidiu não aplicar nenhuma penalidade aos médicos Luciano Corrêa Ribeiro e Fábio Liberalli Weisshueimer, alvos da Operação Sangria, por terem descumprido a Medida Cautelar de Recolhimento Noturno. A defesa dos dois argumentou que o descumprimento se deu em decorrência de atendimento médico às suas pacientes.
A decisão é do dia 29 de maio. “No que se refere ao descumprimento da Medida Cautelar de Recolhimento Noturno noticiado pela defesa de Luciano Corrêa Ribeiro e Fábio Liberalli Weissheimer, entendo como devidamente justificada, visto que se tratou de acontecimento esporádico e o atraso se deu dentro da margem de tolerância”, determinou.
Em dois dias, os dois chegaram em suas residências após o horário determinado para recolhimento, que é às 18 horas. Eles alegaram que a falha aconteceu por estarem atendendo pacientes em estado.
Os dois médicos foram alvos da Operação Sangria, deflagrada em dezembro pela Delegacia Fazendária (Defaz), que desbaratou um esquema de monopólio da Saúde em Mato Grosso, por meio de fraude em processos licitatórios, para que empresas ligadas ao ex-secretário Municipal de Saúde de Cuiabá, Huark Douglas, se sagrassem vencedoras nos certames para firmar contratos de prestação de serviços de determinados procedimentos médicos. As investigações também apontam para o superfaturamento da prestação de serviços e pagamento de propina para a continuidade dos contratos celebrados entre as empresas e o Poder Público.
Foram alvos dos mandados de prisão o ex-secretário de Saúde de Cuiabá, Huark Douglas Correia, Fábio Liberali Weissheimer, Adriano Luiz Sousa, Kedna Iracema Fonteneli Servo, Luciano Correa Ribeiro, Flávio Alexandre Taques da Silva, Fábio Alex Taques Figueiredo e Celita Natalina Liberali.
As empresas, supostamente, envolvidas no esquema são a Proclin (Sociedade Mato-Grossense de Assistência Médica em Medicina Interna), Qualycare (Serviços de Saúde e Atendimento Domiciliar LTDA) e a Prox Participações com o município de Cuiabá e o Estado. A investigação da operação Sangria apura fraudes em licitação, organização criminosa e corrupção ativa e passiva, referente a condutas criminosas praticadas por médicos/administrador de empresa, funcionários públicos e outros, tendo como objeto lesão ao erário público, vinculados a Secretaria de Estado de Saúde e a Secretaria Municipal de Saúde, através de contratos celebrados com as empresas usadas pela organização, em especial a Proclin e a Qualycare.