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Internacional

Para imigrantes da América Central rumo aos EUA, é melhor ficar no México que voltar para casa

Publicado

Reuters

Muitos dos imigrantes da América Central que faziam fila em um escritório de apoio a refugiados no sul do México disseram que podem abandonar seus planos de chegar aos Estados Unidos, ficando no México, se o presidente norte-americano, Donald Trump, aumentar a repressão contra a imigração.

Desde abril do ano passado, o México tem servido de passagem de uma crescente onda de migrantes ilegais da América Central que tentam chegar aos Estados Unidos, fugindo da violência e da pobreza de seus países de origem.

Na sexta-feira, uma salvadorenha morreu e outros dois homens da mesma nacionalidade foram feridos num ataque à bala contra grupo de imigrantes que viajavam juntos no estado mexicano de Veracruz. O crime ocorreu no município de Agua Dulce, quando as vítimas e outros imigrantes centro-americanos eram levados por traficantes de pessoas dentro de um veículo.

Em dezembro passado, uma mulher morreu numa ação similar contra um grupo de migrantes que viajavam num caminhão.

O México está intensificando a segurança em sua fronteira sul com a Guatemala, como parte de um acordo com Washington, depois que Trump ameaçou impor tarifas aos produtos mexicanos caso o governo de Andrés Manuel López Obrador não contivesse o fluxo de imigrantes que alcançam os EUA.

O México concordou também em ampliar um programa iniciado em janeiro que obriga os imigrantes a esperarem no México pelo resultado de pedidos de asilo nos EUA.

Na quinta-feira, os Estados Unidos começaram a aumentar o ritmo de retorno dos solicitantes de asilo para o México.

Além disso, caso o México não contenha os fluxos imigratórios até meados de julho, deve se tornar um “terceiro país seguro”, onde os solicitantes de asilo teriam que se refugiar em vez de irem para os EUA.

No estado de Chiapas, no sul do México, o sobrecarregado escritório de ajuda a refugiados, chamado Comar, na cidade de Tapachula, tem observado um aumento nos pedidos de asilo.

Esse é um dos três escritórios do tipo no país. As pessoas que esperavam na fila do lado de fora do Comar disseram que se arriscariam a ficar no México caso a única alternativa fosse retornar para uma América Central assolada pela violência.

Milhares de famílias fugiram da pobreza e da criminalidade sem controle em Honduras, El Salvador e Guatemala no último ano, atravessando o México em direção aos EUA.

“Se não tivermos outra opção, sim, poderíamos ficar no México, porque realmente para Honduras não podemos voltar”, disse Dagoberto, de 34 anos, à espera na fila, ao lado de seu companheiro, José.

Dagoberto disse que foi ameaçado em Honduras depois que uma quadrilha tomou conta do negócio em que trabalhava. Ele foi ao Comar pedir um visto humanitário que lhe permita chegar aos EUA.

Dagoberto e José, que esperam se casar ao chegar aos EUA, não quiseram revelar seus sobrenomes, alegando que o grupo criminoso que os fez fugir de Honduras é internacional.

Nidia Martínez e seus três filhos dormiram três noites na calçada em frente ao escritório do Comar, onde ela busca autorização que lhe permita viajar para a fronteira dos EUA.

“Quero chegar aos Estados Unidos. Se não puder, então o México é um bom lugar para viver”, disse ela, que contou ter uma maior sensação de segurança desde que chegou a Tapachula.

“Em Honduras, não se pode viver porque te roubam, te estupram ou te matam”, disse Martínez, de 28 anos, com alívio pelo fato de que ela e seus filhos ainda não foram agredidos na cidade mexicana que faz fronteira com a Guatemala.

A segurança dela, contudo, decorria de dormir em frente ao escritório de refugiados. Os migrantes em outras partes da cidade e em todo o México com frequência são vítimas de extorsão, sequestro e de funcionários corruptos do governo.

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Internacional

Vizcarra enfrenta Congresso peruano em processo de impeachment

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por

G1

O presidente do Peru, Martín Vizcarra, enfrenta nesta sexta-feira (18) um julgamento no Congresso que ameaça tirá-lo do poder em um momento em que o país vive o agravamento da pandemia do novo coronavírus e uma grave recessão econômica.

O processo de impeachment contra Vizcarra, de 57 anos, foi aberto na semana passada, depois do vazamento de áudios que, segundo parlamentares, mostram o presidente tentando minimizar a sua relação com o cantor Richard Cisneros, investigado por conta de contratos irregulares com o governo.

Nos áudios, Vizcarra conversa com duas assessoras sobre as idas de Cisneros ao palácio presidencial e pede para que mintam em um inquérito parlamentar.

Em seu discurso diante dos parlamentares, o presidente colocou-se à disposição do Ministério Público e fez um apelo para que os congressistas “não se distraiam” neste momento em que o país enfrenta a crise do coronavírus.

Segundo o mandatário, até o momento, não há comprovação de irregularidades que justificassem a sua destituição. “O único ato ilegal que está comprovado até agora é a gravação clandestina”, afirmou.

Após o pronunciamento do presidente, o seu advogado, Roberto Pereira Chumbe, deu início à sua defesa.

Após as argumentações da acusação e da defesa, os parlamentares debaterão antes de votar uma moção para destituir o atual mandatário.

Se Vizcarra for derrubado, o chefe do Congresso, Manuel Merino, político discreto quase desconhecido dos peruanos, assumirá as rédeas do país. O popular presidente, que deixaria o poder dez meses antes do término de seu mandato, teria um destino semelhante ao de seu antecessor Pedro Pablo Kuczysnki (2016-2018), que foi forçado a renunciar sob pressão do Parlamento.

Derrota no Tribunal Constitucional
Na quinta-feira (17), o Tribunal Constitucional rejeitou uma medida cautelar solicitada por Vizcarra para suspender o julgamento.

A juíza Marianella Ledesma destacou que o tribunal não concedeu a medida, porque “o risco de vacância diminuiu”, sinal de que os inimigos de Vizcarra não teriam votos para destituí-lo, segundo a agência France Presse.

A imprensa local avalia que é muito improvável que os deputados votem em maioria pela sua saída.

César Acuña, chefe do segundo maior partido no Congresso e possível candidato nas eleições presidenciais de 2021, já afirmou que uma derrubada de Vizcarra “só poderia agravar” a situação atual do país, já fragilizado pelo impacto da crise provocada pelo novo coronavírus.

A aprovação do impeachment no Congresso exige 87 votos dos 130 parlamentares. Na abertura do processo, a oposição conseguiu 65 votos (21 deles do Alianza para el Progreso, de Cesar Acuña).

Apesar do desgaste, Vizcarra mantém alta a sua popularidade. Uma pesquisa da Ipsos apontou que oito a cada dez peruanos querem que ele permaneça à frente do Executivo.

‘Complô contra a democracia’
A abertura do processo de impeachment acontece em meio a confrontos entre o Legislativo e o Executivo pela aprovação de uma reforma política promovida pelo governo. A mudança deixaria candidatos condenados pela Justiça fora das eleições.

Vizcarra, um centrista que assumiu a presidência em 2018 após a renúncia de Pedro Pablo Kuczynski, acusa o Congresso de “complô contra a democracia”. Ele não tem representação no Congresso e não pode concorrer nas eleições do próximo ano devido aos limites constitucionais.

 

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Internacional

Nova York adia novamente início de aulas presenciais em escolas públicas

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por

G1

O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, anunciou na quinta-feira (17) o adiamento do reinício do ensino presencial nas escolas públicas da cidade pela segunda vez por causa da pandemia.

Embora as aulas pela internet tenham começado, o início do ensino presencial já havia sido adiado anteriormente do dia 10 de setembro para o dia 21, para os alunos que optaram por voltar às salas de aula.

Agora, apenas crianças em idade pré-escolar e alunos com necessidades especiais de aprendizagem irão se dirigir aos prédios escolares na segunda-feira (21), disse o prefeito em entrevista coletiva. Os estudantes do ensino primário irão começar na terça-feira (29). Alunos do ensino médio começarão na quinta-feira (1º).

O maior distrito escolar dos Estados Unidos, que atende mais de 1,1 milhão de crianças e adolescentes, enfrenta dificuldades para encontrar funcionários dispostos a trabalhar em salas de aula durante a pandemia de Covid-19.

O adiamento aconteceu após líderes de sindicatos de professores falarem a respeito de preocupações com relação à volta às aulas presenciais.

“Embora eles reconheçam que houve um progresso real, não foi feito o suficiente, e é preciso fazer mais para nos certificarmos de que as coisas estejam firmes como elas precisam estar”, disse de Blasio a jornalistas.

O prefeito afirmou que estudantes e funcionários seguem mudando de opinião sobre a disposição para o ensino presencial, o que torna difícil o planejamento para direcionar professores para equipar cada sala de aula.

No total, 4,5 mil educadores foram contratados, disse de Blasio, acrescentando que espera anunciar ainda mais contratações nas próximas semanas.

A maioria dos outros distritos escolares nos Estados Unidos descartou planos de retomar o ensino presencial no momento. Em Los Angeles, segundo maior distrito escolar do país, e em Chicago, os estudantes estão ficando em casa e usando computadores para assistir suas aulas.

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