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Política Nacional

Relator vota no STF pela proibição de venda de estatais sem aval do Congresso

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Por Rosanne D'Agostino e Mariana Oliveira, G1 e TV Globo — Brasília

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta quarta-feira (5) pela proibição de o governo vender estatais sem autorização do Congresso Nacional e sem licitação quando o processo implicar em perda de controle acionário.

O STF começou a julgar o caso na semana passada e retomou a análise nesta quarta-feira. Por ser o relator, Lewandowski foi o primeiro a votar. Os demais ministros ainda devem apresentar os votos, etapa que estava em andamento até a última atualização desta reportagem.

A decisão a ser tomada pelo Supremo também valerá para governos estaduais e prefeituras. Na prática, o plenário decidirá se mantém ou derruba uma decisão liminar (provisória) concedida no ano passado por Lewandowski.

Na ocasião, o ministro proibiu o governo de vender estatais sem autorização do Congresso. A decisão foi tomada ao analisar uma ação apresentada pela Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf).

Voto do relator

Ao apresentar o voto na sessão desta quarta-feira, Lewandowski manteve o entendimento firmado em 2018.

Afirmou que “crescentes desestatizações” podem trazer prejuízos ao país e não se pode deixar de levar em consideração que os processos de desestatização são conformados por “procedimentos peculiares, entre os quais, a manifestação do Poder Legislativo.

Segundo o ministro, é necessária autorização de lei para a venda das empresas públicas sempre que houver perda do controle acionário.

“A Carta [Constituição] de 1988 exige sempre a aquiescência do Poder Legislativo aos processos de criação de entidade governamental dessa espécie, ainda que tenha sido criada para explorar atividade econômica em sentido estrito”, afirmou o ministro.

Segundo Lewandowski, o Estado não pode “abrir mão” da exploração de determinada atividade econômica sem a necessária participação do Congresso, uma vez que a decisão não compete exclusivamente ao chefe do Poder Executivo.

“Permitir a venda direta de ações, em montante suficiente a perder o controle societário de empresa estatal, de maneira a impossibilitar a concorrência pública, poderia atentar contra o texto constitucional, o qual consigna que as alienações serão realizadas mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes”, votou.

O que pode ser decidido?

Os ministros podem decidir no julgamento se:

  • é preciso aval do Congresso para a venda de qualquer empresa pública, incluindo empresas de sociedade mista ou subsidiárias;
  • a autorização do Congresso só é necessária quando houver perda do controle acionário;
  • é preciso uma lei genérica de autorização para vários negócios ou uma lei específica aprovada para cada venda;
  • em caso de venda de estatal, será exigida licitação ou outro processo;
  • a licitação será exigida sempre que houver perda do controle acionário.

Venda da TAG

É possível que o STF também decida nesta quarta-feira se mantém ou derruba uma outra liminar, concedida pelo ministro Luiz Edson Fachin, que suspendeu a venda de 90% da participação acionária na Transportadora Associada de Gás, a TAG, subsidiária da Petrobras.

Fachin considerou que a venda da TAG desrespeitou a decisão de Lewandowski tomada no ano passado.

Interesse de R$ 80 bilhões

Apesar de o Supremo ter divulgado a pauta de todo o semestre no fim do ano passado, as duas ações foram incluídas para julgamento somente na semana passada para solucionar impasses de interesse do governo federal em relação a vendas de ativos e privatizações.

Dados do governo indicam que o país pode gerar de caixa mais de R$ 80 bilhões com privatizações.

Nas últimas semanas, o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o advogado-geral da União, André Mendonça, conversaram com ministros do Supremo para alertar sobre a importância do tema para o governo.

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PL quer inclusão de Bolsonaro em projeto de anistia do ‘8 de janeiro’

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A proposta, em discussão na Câmara dos Deputados, visa permitir que Bolsonaro, atualmente inelegível até 2030 por decisão da Justiça Eleitoral, possa se candidatar à Presidência da República em 2026.

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, aguarda uma reunião com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
O principal tema do encontro será a inclusão do ex-presidente Jair Bolsonaro no projeto de anistia que busca perdoar condenados pelos atos de 8 de janeiro. A informação é da ‘Coluna do Estadão’, da jornalista Roseann Kennedy.

A proposta, em discussão na Câmara dos Deputados, visa permitir que Bolsonaro, atualmente inelegível até 2030 por decisão da Justiça Eleitoral, possa se candidatar à Presidência da República em 2026. A estratégia do PL é inserir uma emenda no texto em tramitação para que Bolsonaro recupere seus direitos políticos.

Além da reunião com Valdemar, Arthur Lira planeja um encontro direto com o ex-presidente para tratar do tema.

O projeto de anistia é uma peça-chave para o partido na definição de quem será apoiado na sucessão de Lira na presidência da Câmara. A bancada do PL, que conta com 92 deputados, tem forte influência no debate.

Conforme revelou a Coluna do Estadão, o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), candidato à presidência da Câmara, garantiu ao PT que o projeto de anistia não será parte de sua campanha pela sucessão de Lira. Motta afirmou que Lira resolverá a questão antes do final de 2024.

A discussão sobre o perdão aos envolvidos no ‘8 de Janeiro’ está avançando na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, presidida pela deputada conservadora Caroline de Toni (PL-SC).

O relator do projeto é o deputado federal Rodrigo Valadares (União-SE), também um aliado de Bolsonaro. A expectativa é que o texto seja votado na comissão após o término do segundo turno das eleições municipais.

A articulação do PL em torno da anistia de Bolsonaro reflete o esforço do partido em manter o ex-presidente ativo no cenário político nacional e viabilizar sua possível candidatura em 2026, uma movimentação que pode alterar o panorama político nos próximos anos.

Condição
Há alguns dias, em entrevista à CNN, Valdemar já havia confirmado que a anistia ao ex-presidente Bolsonaro será a condição para o partido apoiar candidatos nas eleições internas para o comando da Câmara dos Deputados e do Senado.

“A [proposta da] anistia não trata do assunto do Bolsonaro, nós vamos ter que fazer isso no andamento, no andar da carruagem. Temos que por isso na pauta do presidente da Câmara e do presidente do Senado a ser eleito para ter o nosso apoio”, declarou em entrevista à CNN.

Na Câmara, o partido tem 92 integrantes – é a maior bancada partidária da Casa. No Senado, são 14 congressistas do PL. As eleições serão realizadas em fevereiro de 2025, mas negociações de apoios para a sucessão de Arthur Lira (PP-AL).

Para o presidente do PL, a reversão da inelegibilidade ainda pode ser questionada no Supremo Tribunal Federal (STF), mas seria “mais fácil” por meio de uma decisão do Congresso sobre a anistia.

“Nós temos que convencer na Câmara os deputados votarem. Eu acredito que a gente convença porque esse embate com o Bolsonaro não pode ser resolvido dessa forma como foi no TSE [Tribunal Superior Eleitoral]”, afirmou Valdemar.

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Governo Lula destina R$ 8,3 milhões para ONGs ligadas ao PT e aliados

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Esses recursos integram o Programa Nacional dos Comitês de Cultura (PNCC), lançado em setembro de 2023

 

O Governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) autorizou a liberação de, no mínimo, R$ 8,3 milhões para ONGs vinculadas ao partido e seus aliados. Esses recursos integram o Programa Nacional dos Comitês de Cultura (PNCC), lançado em setembro de 2023. A informação foi divulgada pelo jornal Estado de S. Paulo.

O PNCC foi desenhado para ampliar o acesso às políticas públicas de cultura em todos os 26 estados e no Distrito Federal. A Secretaria dos Comitês de Cultura (SCC) é responsável por coordenar o programa e definir, através de editais, quais organizações serão contempladas com os recursos.

A previsão total de investimento no programa, entre 2023 e 2024, é de R$ 58,8 milhões, conforme anunciado pelo governo federal. Durante o lançamento do programa, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, ressaltou que a iniciativa partiu de uma proposta do próprio presidente Lula.

Diante de questionamentos, o Ministério da Cultura garantiu que a escolha das ONGs seguiu critérios técnicos. O órgão destacou que a análise considerou apenas as propostas submetidas, sem influência de vínculos partidários. Ainda segundo o ministério, as organizações contempladas passaram por uma verificação que levou em conta sua experiência e histórico de atuação na área cultural.

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