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Agronegócio

Setor leiteiro movimenta R$ 71,5 bilhões, mas tem prejuízo com custos altos e importações

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Entidades do setor leiteiro reclamam de uma crise que, segundo informam, afeta milhares de produtores em todo o Brasil. Uma reunião de lideranças do setor em Santa Catarina revelou que os preços pagos aos produtores estão abaixo dos custos de produção, além disso eles vem enfrentando um aumento das importações do Mercosul e oferta superior à demanda.

O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de leite, com volume recorde de 36,2 bilhões de litros produzidos em 2024, segundo o IBGE. O setor lácteo movimentou cerca de R$ 71,5 bilhões em 2024, reforçando sua importância social e econômica na matriz do agronegócio brasileiro.​ Minas Gerais lidera a produção nacional, seguida por Paraná e Rio Grande do Sul, estados onde a atividade é fundamental para a geração de renda, principalmente em pequenas e médias propriedades.

Apesar deste protagonismo, o Brasil ainda importa volumes significativos de derivados, especialmente do Mercosul, devido à busca por preços mais baixos e ao aumento da oferta interna. No entanto, as exportações de lácteos brasileiros também cresceram em 2025, impulsionadas principalmente pelo leite em pó e queijos. Ainda assim, as importações superam as exportações, num contexto de forte competição internacional e desafios para a sustentabilidade financeira dos produtores.

Representantes do Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite (Conseleite), da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) e do Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados (Sindileite) se reuniram na sede da Epagri, em Chapecó (SC), cobrando medidas emergenciais dos governos estadual e federal diante da urgência do momento. O encontro resultou, por unanimidade, na decisão de elaborar dois documentos com reivindicações para saída da crise.

Segundo José Zeferino Pedrozo, presidente da Faesc, “todo o setor leiteiro está sob forte pressão. O Brasil tem uma produção pujante, mas o consumo interno não acompanhou o ritmo e a concorrência do leite importado, frequentemente vendido por preços inferiores aos custos nacionais, compromete ainda mais a rentabilidade dos produtores. É fundamental que a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) mantenha as auditorias sobre preços e origens do leite importado e que o governo federal amplie o monitoramento”.

No Rio Grande do Sul e Paraná, a queda nos preços do leite ameaça especialmente os pequenos produtores familiares, que acumulam prejuízos e enfrentam dificuldades para escoar a produção. No Paraná, protestos recentes mobilizaram produtores junto à Assembleia Legislativa em busca de apoio frente ao risco de fechamento de propriedades.​

O presidente do Conseleite e do Sindileite, Selvino Giesel, alertou para desafios logísticos e operacionais das indústrias, com produtos de validade curta como iogurtes, queijos, leite UHT e requeijão exigindo vendas rápidas para não serem descartados. “Estamos entrando num período de consumo historicamente mais baixo e as importações em alta só agravam o problema”, disse Giesel. Proprietários rurais relatam perdas de até R$ 0,15 por litro vendido, enquanto indústrias enfrentam sérias dificuldades de comercialização.

Os líderes decidiram enviar dois documentos: um ao governo federal, reivindicando continuidade das auditorias da CNA sobre leite importado, criação de estoques reguladores e uso do leite nos programas sociais e de merenda escolar; outro ao governo estadual, pedindo reforço da inspeção sanitária, equalização tributária e apoio à compra de produtos lácteos locais para retirar excedentes do mercado, contribuindo para estabilizar o ambiente e remunerar os produtores de forma justa.

A Faesc também apoia o projeto de lei 768/2025, em tramitação na Assembleia Legislativa de SC, que proíbe a reconstituição de leite em pó importado para venda como leite fluido. O texto prevê apreensão de produtos, multas de até R$ 1 milhão e suspensão do registro sanitário, com recursos destinados ao Fundo Estadual de Desenvolvimento Rural (FDR) para fortalecer a agricultura familiar.

No próximo dia 12 de novembro, será realizada audiência pública para discutir a crise do leite e buscar alternativas junto a produtores, cooperativas, indústrias e representantes governamentais.

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio

Ritmo do plantio melhora, mas Mato Grosso encara replantio e abortamento

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O plantio da soja na safra 2025/26 já passa de 60% da área estimada no Brasi. O avanço no campo foi puxado especialmente pelo retorno das chuvas ao Cerrado e ao Sudeste, mas as condições climáticas seguem desiguais de norte a sul do país.

No principal estado produtor, o ritmo de plantio foi marcado por chuva instável. Alguns produtores tiveram que replantar áreas e relatam abortamento de flores e vagens por conta da falta de umidade, especialmente no começo da safra. A chegada de chuvas mais regulares nesta semana traz esperança de recuperação das lavouras e retorno ao calendário normal.

O estado registrava atraso até a semana passada, mas o aumento das chuvas acelerou os trabalhos nas lavouras nos últimos dias. A umidade ainda preocupa em algumas regiões do interior, onde o solo permanece próximo ao limite ideal para a soja.

Neste ano, o Paraná também enfrentou estiagem em setembro e outubro, afetando o início do plantio. Agora, com chuvas melhor distribuídas, o avanço das máquinas pelo campo está mais rápido, embora ainda haja casos localizados de solo seco, principalmente no oeste do estado.

O ritmo de plantio está dentro da média histórica, mas segue afetado pela irregularidade das chuvas. Produtores relatam a necessidade de monitorar diariamente a umidade do solo para garantir o estabelecimento das plantas.

No Matopiba (região formada pelos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), os trabalhos avançam lentamente. A estiagem prolongada atrasou o início das atividades, e muitos agricultores aguardam mais precipitações para acelerar a semeadura.

No milho, destaque para São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Goiás, onde 72% da área já foi cultivada — número praticamente igual ao do ano passado. As chuvas das últimas semanas ajudaram, mas as regiões ainda devem acompanhar atentamente a evolução do clima, que segue instável.

Resumo por estado:

  • Mato Grosso: Irregularidade, replantio, expectativa de recuperação.

  • Goiás: Chuva acelerou; umidade ainda preocupa em áreas específicas.

  • Paraná: Estiagem inicial, melhora com chuvas recentes.

  • Mato Grosso do Sul: Ritmo normal, mas dependente da umidade.

  • Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí, Bahia): Atraso por falta de chuva, semeadura lenta.

  • São Paulo/Minas Gerais/Paraná/Goiás (milho): 72% da área plantada, chuvas favoreceram avanço.

Produtores seguem atentos às previsões: o cronograma dos próximos dias dependerá da continuidade das chuvas, fundamentais para garantir o potencial produtivo da safra atual.

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio

Custos do confinamento estabiliza e arroba valoriza acima de R$ 800

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Após meses de alívio nos preços dos insumos, o confinamento bovino começa a entrar em uma nova fase de estabilidade. O Índice de Custo Alimentar Ponta (ICAP) de outubro de 2025 mostra que os custos com nutrição animal pararam de cair e começam a dar sinais de retomada, especialmente no Centro-Oeste. Mesmo assim, a valorização da arroba e o bom desempenho das exportações têm garantido rentabilidade e otimismo ao setor.

De acordo com o levantamento, o ICAP atingiu R$ 12,87 no Centro-Oeste, alta de 1,74% frente a setembro, enquanto no Sudeste o índice ficou em R$ 12,17, praticamente estável. O estudo indica que o “piso” dos custos nutricionais ficou para trás e que a tendência para os próximos meses é de elevação gradual, acompanhando o movimento de recuperação dos grãos e farelos.

Na principal região confinadora do país, os custos com insumos energéticos, proteicos e volumosos registraram aumentos de 1,78%, 7,62% e 7,25%, respectivamente. A dieta de terminação — etapa mais cara do ciclo de engorda — encerrou o mês em R$ 1.100,30 por tonelada de matéria seca, alta de 2,89%.

Entre os insumos que mais pressionaram o orçamento do confinador estão o caroço de algodão (+6,59%), a silagem de milho (+3,13%), o farelo de soja (+2,81%), a torta de algodão (+2,51%) e o milho grão seco (+2,46%). Ainda assim, a boa oferta regional de grãos e o desempenho positivo da arroba do boi gordo têm mantido o equilíbrio econômico das operações.

No Sudeste, a estabilidade foi garantida pela queda acentuada dos insumos volumosos, que recuaram 14,85% e compensaram as altas nos energéticos (+3,59%) e proteicos (+5,73%). A dieta de terminação fechou o mês em R$ 1.144,37 por tonelada, aumento leve de 1,22% frente a setembro.

Entre os destaques de alta na região estão o sorgo grão seco (+2,78%), o caroço de algodão (+4,75%) e o farelo de amendoim (+1,41%). Mesmo com os ajustes pontuais, o confinamento sudestino segue competitivo, mas com margens mais apertadas devido aos fretes mais caros e à menor disponibilidade de insumos durante a entressafra.

Na comparação com outubro de 2024, o contraste regional é claro. O Centro-Oeste reduziu em 13,62% o custo nutricional da engorda, beneficiado pela maior disponibilidade de milho e soja após a colheita. Já o Sudeste registrou aumento de 2,35%, pressionado pelos custos logísticos e pela alta de insumos durante os meses secos.

Segundo análises da Conab e do Cepea, o cenário confirma o papel estratégico do Centro-Oeste como fornecedor de grãos e proteína animal, consolidando a região como referência nacional em eficiência produtiva.

Mesmo com o leve avanço nos custos de alimentação, a arroba do boi gordo segue valorizada, impulsionada pelas exportações recordes de outubro e pela firmeza dos contratos futuros na B3. O bom desempenho do mercado externo, especialmente nas vendas para a China, tem sido um dos principais pilares da rentabilidade dos confinadores.

De acordo com os cálculos do ICAP, os custos estimados por arroba produzida ficaram em R$ 188,87 no Centro-Oeste e R$ 193,18 no Sudeste. Esses valores permitem margens médias acima de R$ 810 por cabeça — um resultado considerado robusto para o período de entressafra.

Além do bom momento do mercado físico, as bonificações pagas pelos frigoríficos em lotes habilitados para exportação à China — o chamado “Boi China” — têm ampliado os ganhos dos produtores. O diferencial varia entre R$ 5 e R$ 7,50 por arroba, conforme a região e a qualidade do lote, representando uma oportunidade adicional de lucro.

Com custos sob controle, arroba valorizada e exportações firmes, o confinamento bovino encerra o segundo semestre com fôlego renovado. O cenário é de atenção aos insumos, mas também de confiança. A combinação de eficiência produtiva e mercados aquecidos garante que, pelo menos por enquanto, o boi confinado continue sendo um bom negócio.

Fonte: Pensar Agro

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