Em meio à Floresta Amazônica, duas torres de 50 metros de altura possibilitam que os turistas observem os pássaros, na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), no Rio Cristalino, em Alta Floresta, a 800 km de Cuiabá.
Na região, já foram catalogadas 595 espécies de pássaros, sendo que boa parte delas está restrita à zona geográfica dos rios Tapajós, Madeira e Xingu.
Os pássaros encontrados na região são: freirinha-de-coroa-castanha, chororó-de-manu, puruchém, limpa-folha-de-bico-virado, barranqueiro-de-topete, choquinha-ornada e polícia-do-mato.
Com uma área de 900 mil km quadrados, sendo 60% desta preservada, e considerada uma das regiões com maior número de espécies de aves, Mato Grosso é apontado por especialistas como um estado propício para a atividade.
O estado se destaca como um dos mais ricos em oportunidades para se elaborar produtos turísticos no segmento de birdwatching – observação de pássaros.
Segundo a RPPN, as atividades de observação da natureza estão inclusas no valor da diária do hotel, que custa R$ 1,4 mil por pessoa.
Durante a alta temporada, entre junho e meados de novembro, o local chega a receber 150 turistas por mês para praticar essa atividade.
O guia de turismo Francisco de Carvalho Sousa contou que as atividades na natureza começam às 5h30 e, dependendo do clima e condições da floresta, podem seguir até 12h.
No caminho, é possível encontrar os bandos mistos, onde diversas espécies podem ser vistas em um mesmo local, com frequência, alimentando-se de insetos. Normalmente, as trilhas são feitas de forma lenta e é comum aguardar um local para avistar as aves.
“A pessoa precisa ter paciência e gostar do que vai fazer em qualquer atividade de campo em querer ver a natureza de modo geral. É necessário equipamentos pessoais adequados, como binóculo, roupa compatível com a cor da floresta, protetor solar e repelente”, explicou.
Os pássaros mais comuns de se encontrar durante o passeio são a arara vermelha grande, arara canindé, arara canga, maracanã Iguaçu, papagaio campeiro, espécies de martim, coró-coró, anambé-azul, surucuá pequeno e de peito amarelo, garça real, entre outros.
Observadores de aves especializados também podem informar quais espécies gostariam de avistar durante sua estada para que os guias ajudem aumentar as chances de encontrá-las.
“Há dificuldades no passeio quando o grupo é grande e precisam se entender para esperar um ao outro, às vezes falta paciência. Para vir à Amazônia tem que gostar de natureza, tem que chegar preparado”, ressaltou.
Observar aves na Amazônia é uma tarefa mais desafiadora do que em regiões de cerrado, pois muitas aves estão escondidas dentro da floresta e se movem com frequência — Foto: Samuel Melim/ Divulgação Observar aves na Amazônia é uma tarefa mais desafiadora do que em regiões de cerrado, pois muitas aves estão escondidas dentro da floresta e se movem com frequência — Foto: Samuel Melim/ Divulgação
Observar aves na Amazônia é uma tarefa mais desafiadora do que em regiões de cerrado, pois muitas aves estão escondidas dentro da floresta e se movem com frequência — Foto: Samuel Melim/ Divulgação
É importante levar em consideração que observar aves na Amazônia é uma tarefa mais desafiadora do que em regiões de cerrado, pois muitas aves estão escondidas dentro da floresta e se movem com frequência. Outras são tímidas e difíceis de encontrar. Contudo, segundo especialistas, a recompensa é gratificante ao encontrar espécies que não podem ser vistas em nenhum outro lugar do mundo.
Como chegar
Para chegar ao hotel, o turista deve pegar um voo com destino a Alta Floresta. Ao chegar no aeroporto, haverá um transfer de carro com duração de 1 hora, já que a reserva fica a 40 km da cidade.
Em seguida, o turista segue de barco pelo Rio Cristalino, com a duração de 30 minutos, até chegar ao destino.
Horários prováveis dos voos diários entre Cuiabá e Alta Floresta:
•Cuiabá – Alta Floresta: Saída 12h30 – Chegada 13h45
•Alta Floresta – Cuiabá: Saída 14h15 – Chegada 15h30
Preservação ambiental
O hotel foi construído em 1999 e, desde então, utiliza a energia solar nos quartos, reciclagem e separação do lixo, tratamento dos efluentes cinzas e negros, além de arquitetura inteligente.
Segundo funcionários do local, a fundação também contribui para o desenvolvimento da pesquisa sobre a biodiversidade da Amazônia e realiza trabalhos de educação ambiental com mais de 5 mil crianças de Alta Floresta e Novo Mundo.