conecte-se conosco


Tecnologia

Uber vai retomar testes com carros autônomos após se envolver em acidente fatal

Publicado

Uber vai retomar testes com carros autônomos mesmo após se envolver em acidente fatal

A Uber deverá retomar os testes com seus carros autônomos a partir de agosto nos Estados Unidos. Segundo o site The Information , a empresa estaria disposta a retomar o desenvolvimento da sua tecnologia mesmo após se envolver em acidente que matou uma pedestre no último mês de março.

Para evitar a polêmica, porém, a Uber comunicou que os testes com carros autônomosnão serão mais realizado no Estado do Arizona, local onde ocorreu o atropelamento que matou Elaine Herzberg, de 49 anos. A partir de agora, os estados escolhidos serão o da Califórnia e da Pensilvânia.

A empresa também comunicou que fez alterações no software responsável pelo veículo, incluindo mudanças na configuração dos sensores e dos freios já que, na ocasião do atropelamento, a investigação da Polícia de Tempe, subúrbio de Phoenix, no estado de Arizona, revelou que o sistema do carro estava configurado para atrasar a reação e que portanto o carro “viu” a vítima, mas “escolheu não parar” . Além disso, um novo sistema de alerta para o operador humano deverá ser implementado até a data de início dos novos testes.

Após o acidente , a Uber chegou a entrar em acordo com a família da vítima, além de ter “trabalhado de perto com o Conselho Nacional de Segurança no Transporte (NTSB, na sigla em inglês) e conduzido uma avaliação interna do nosso programa de carros autônomos. Também trouxemos o ex-presidente do NTSB Christopher Hart para nos aconselhar sobre nossa cultura de segurança. Devemos compartilhar mais novidades nas próximas semanas”.

Na prática, porém, a “avaliação interna do programa de carros autônomos” teria suspendido por completo o programa e o respectivo desenvolvimento dessa tecnologia. Uma posição da qual voltou atrás agora.

Problemas com os testes com carros autônomos

O acidente que vitimou Elaine Herzberg, de 49 anos, aconteceu na noite de 19 de março. A pedestre tentou atravessar a estrada empurrando uma bicicleta quando o carro autônomo da Uber a atingiu. O local e estava escuro e a vítima estava fora da faixa de pedestres. A vítima foi resgatada ainda com vida e levada ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos e acabou morrendo.

A partir de então, uma investigação conduzida pelo Departamento de Polícia de Tempe e pelo Conselho Nacional de Segurança no Trânsito dos Estados Unidos começou. Primeiro foi revelado que o carro autônomo da Uber andava numa velocidade acima da máxima permitida na via: o veículo estava andando a 60 km/h quando o limite permitido era de 55 km/h.

Depois, a investigação revelou que o software do carro em teste estava ajustado para ser mais lento nas reações e tomada de decisão. A intenção seria preveir “falsos positivos”, como uma sacola de plástico ou um folha de árvore que passasse pelo caminho e acabasse provocando freadas bruscas que colocassem em risco os passageiros do próprio veículo e de outros carros que pudessem estar na mesma via do automóvel.

As autoridades, porém, estavam divididas sobre a possibilidade de um condutor humano ter ou não condições de notar a mulher naquelas condições de visibilidade e velocidade até que a Polícia descobriu que a condutora-observadora que estava no banco do motorista estava distraída por longos períodos de tempo: ela assistia a um episódio do reality show americano The Voice no celular no momento imediatamente anterior ao acidente.

A investigação revelou que a motorista estava logada e ativa no aplicativo de streaming Hulu 5 segundos antes do acidente. Ela só teria retomado a atenção para a pista e acionado o freio cerca de 0,5 segundo antes do veículo colidir, atropelando e matando a pedestre.

A informação foi obtida com ajuda do próprio Hulu. A empresa de streaming resolveu ajudar nas investigações, após receber uma intimação da polícia dizendo que o compartilhamento desse dado seria “crucial” para o desfecho de “um caso muito sério”. Dessa forma, o Hulu confirmou que a motorista assistiu ao programa por 42 minutos, encerrando a transmissão às 21h59, coincidindo com o exato momento do acidente.

As imagens gravadas tanto do lado de dentro quanto do lado de fora do carro no momento do atropelamento pelo próprio carro autônomo da Uber confirmam essa hipótese. Veja abaixo o vídeo divulgado pelo Departamento de Polícia de Tempe:

Diante disso, a polícia de Tempe classificou o caso como “inteiramente evitável” e informou que a motorista poderá ser acusada de homicídio, a depender da decisão dos promotores responsáveis. Ela também poderá ser demitida, já que o Uber não permite o uso de celulares durante os testes.

Em seu depoimento ao Conselho Nacional de Segurança nos Transportes, Rafaela disse que estava monitorando o sistema do carro. Ela garantiu que não usou celulares até a colisão, mas as novas informações divulgadas pela polícia negam isso.

Apesar disso, como o caso deve ser julgado num tribunal estadual, especialistas dizem que a punição da Uber deve ficar restrita ao Estado de Arizona. Se isso se confirmar, a empresa pode ter se adiantado, ao revelar que pretende continuar os testes em outros locais dos Estados Unidos.

Outros acidentes com carros autônomos

A Uber, porém, não é a única empresa que já teve problemas com o seu setor de carros autônomos. No fim de maio, um veículo da Tesla colidiu com uma viatura do Departamento de Polícia de Laguna Beach que estava estacionada . O sargento Jim Cota da polícia local informou que a vituara estava vazia no momento do acidente, mas que o condutor da Tesla sofreu ferimentos leves. Ainda assim, a viatura policial sofreu perda total após a colisão .

Em entrevista ao jornal Los Angeles Times , o oficial ainda relembrou que um ano atrás um outro acidente envolvendo um carro autônomo da Tesla ocorreu quando o veículo colidiu com uma caminhonete na mesma área do acidente de ontem. Ele chegou a perguntar “por que esses veículos continuam fazendo isso? Nós temos apenas sorte que as pessoas não estão se ferindo.”

Ver imagem no Twitter
As investigações sobre as causas do acidente ainda estão sendo realizadas, mas um porta-voz da Tesla enviou um comunicado por email dizendo que “quando o modo piloto automático é usado, os motoristas são continuamente relembrados da sua responsabilidade de continuar com as mão nos volante e manter o controle do veículo em todos os momentos.”

O comunicado também afirma que “a Tesla sempre deixou claro que o piloto automático não faz o carro insuscetível a qualquer acidente e antes que um motorista use o piloto automático, ele deve aceitar a caixa de diálogo que diz que esse modo foi projetado para uso em rodovias com um canteiro central e marcações claras de faixas.”

Além disso, também em maio, um outro acidente envolvendo um carro autônomo aconteceu. Dessa vez, porém, tratava-se de uma Chrysler Pacifica da Waymo, empresa cujo Google é dono . A minivan estava rodando de modo autônomo em fase de testes com um operador no banco do motorista quando um sedã Honda tentou desviar de um terceiro veículo e acabou invadindo a pista contrária onde estava o carro autônomo. A colisão na parte dianteira esquerda foi bem próxima do banco do motorista e acabou ferindo o condutor.

Na época, o investigador da polícia disse ao jornal local Phoenix New Times que “o carro da Waymo não é o veículo infrator. Ele apenas estava no lugar errado, na hora errada”. No dia seguinte, porém, a polícia de Chandler divulgou uma nova versão dos fatos que indica que o outro carro envolvido no acidente entrou no cruzamento durante o sinal vermelho, mas que o algoritmo do carro do Google não foi capaz de prever a colisão e evitar o acidente. De qualquer forma, as autoridades locais concluíram que o veículo autônomo não teve culpa.

A Waymo, por sua vez, divulgou comunicado dizendo que “a missão da nossa equipe é tornar nossas estradas mais seguras – ela está no centro de tudo o que fazemos e motiva todos os membros de nossa equipe. Estamos preocupados com o bem-estar e a segurança de nosso piloto de testes e desejamos a ela uma recuperação completa .”

No vídeo abaixo é possível ver o momento em que a colisão acontece, gravada pela câmera no topo do carro do Google:

Já as imagens de helicóptero captadas pela rede ABC , do Arizona, momentos depois do acidente também dão uma noção do impacto, e dos estragos, causados pela colisão:

De qualquer forma, Uber, Tesla, Waymo e GM, as líderes do segmento se vêem às voltas com uma crise de confiança em relação a essa nova tecnologia e com os testes com carros autônomos . Resta saber se elas vão persistir até funcionar ou morrer tentando.

Comentários Facebook
publicidade
Clique para comentar

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Tecnologia

Maioria dos aplicativos populares no Brasil não possui descrições para deficientes visuais

Publicado

por

G1

Entre os aplicativos populares no Brasil, com mais de 10 milhões de downloads, a maioria não possui recursos de acessibilidade como a descrição de imagens, botões e campos editáveis – funções que auxiliam pessoas com deficiência virtual.

É o que aponta um estudo da BigDataCorp e do Movimento Web para Todos, que analisou 2 mil aplicativos que ultrapassaram a marca de 10 milhões de downloads no Brasil na Google Play Store, loja de aplicativos do Android.

A avaliação, realizada na primeira semana de agosto, identificou que, em média, menos de 14% das imagens dos aplicativos disponíveis para o sistema Android possuem descrição.

Apenas 37% dos campos editáveis são identificados – caixas para escrever texto ou inserir o nome na hora de um cadastro, por exemplo.

Menos de 11% dos botões de comando estão rotulados adequadamente.

Esses elementos são essenciais para que pessoas com deficiência visual consigam navegar pelos apps com autonomia.

Com essas ferramentas de acessibilidade, uma pessoa cega ou com baixa visão consegue se guiar em um aplicativo para saber em qual campo deve colocar o endereço para a entrega de um produto, por exemplo.

Embora os sistemas operacionais como o Android e iOS, do iPhone, possuam recursos de leitura de elementos da tela, a adaptação dos aplicativos ajuda que um usuário com deficiência visual compreenda a interface gráfica por meio de um texto alternativo.

Para as imagens, é recomendado incluir uma descrição. Já para os botões e campos, os rótulos explicam que se trata de um espaço para ser preenchido com os dados solicitados.

De acordo com a pesquisa, aplicativos de todas as áreas apresentam problemas de acessibilidade.

Redes sociais possuem ferramentas de descrição para fotos
As redes sociais possuem opções para que os próprios usuários adicionem descrições nas imagens que publicam.

Alguns aplicativos geram um texto alternativo automaticamente para cada figura, a partir de palavras-chaves identificadas por meio de inteligência artificial.

Mas para descrições mais precisas, é necessário que o usuário faça ajustes.

As instruções para utilizar o recurso estão nas páginas de suporte do Facebook, Instagram e Twitter.

Algumas pessoas também adotam hashtags como “#PraCegoVer”, que narra as imagens pelas legendas das fotos.

Veja mais dados do estudo:

A pesquisa contou com o apoio técnico do W3C Brasil, consórcio que desenvolve padrões para a web, e do Ceweb (Centro de Estudos sobre Tecnologias Web).

Menos de 1% dos aplicativos descreve todos os elementos pesquisados e detectados pelo levantamento;
Menos de 1% descrevem todas as imagens;
4% dos aplicativos descrevem todos os seus botões;
Aproximadamente 36% incluem descrição nos campos editáveis;
63% dos aplicativos têm menos do que 10% de todos campos editáveis com alguma descrição;
55% deles possuem menos de 10% das imagens com descrição;
74% dos apps têm menos de 10% dos botões rotulados adequadamente.

Comentários Facebook
Continue lendo

Tecnologia

Significados de ‘patroa’ e ‘mulher-solteira’ mudam no Google depois de críticas de Anitta e Luísa Sonza

Publicado

por

G1

Os significados das palavras “patroa” e “mulher-solteira” foram alterados no Google após reclamações feitas por Anitta e Luísa Sonza. Na última semana, as cantoras fizeram críticas aos resultados de buscas sobre os termos.

O Google afirmou que as definições de palavras são feitas pela Oxford Languages e que o conteúdo foi revisado. No ano passado, em caso similar, o termo ‘”prostituta” aparecia entre principais significados para “professora” nas buscas da plataforma, e o verbete foi alterado após repercussão.

“Nossa parceira que trabalha com uma das editoras mais tradicionais de dicionários do Brasil, determinou que ambas definições não refletem mais o uso moderno da língua portuguesa falada pelos brasileiros e não são usadas o suficiente para serem incluídas nos resultados de significados”, disse a empresa.

O Google ressaltou, no entanto, que “não edita e nem remove” as definições fornecidas por parceiros.

Por sua vez, o dicionário Oxford Languages declarou que seus “dicionários não determinam como a língua é usada, e sim refletem esse uso. Isso significa incluir palavras que podem ser consideradas ofensivas mas ainda estão em uso – mesmo que nós mesmos não adotemos esses termos no nosso vocabulário pessoal”.

Após as queixas sobre os termos “patroa” e “mulher-solteira”, os editores mudaram os significados vigentes até então. “Levamos esse tipo de preocupação extremamente a sério, e por isso fizemos uma ampla revisão dessas definições”, disse a Oxford Languages, em comunicado.

Indignação de Anitta e Sonza
Anitta mostrou que ao procurar por “patroa” o resultado como significado era “mulher do patrão” ou “dona de casa”; ela ainda comparou com o que é designado para “patrão”, que aparece no Google como “proprietário ou chefe de um estabelecimento privado comercial”.

Depois da reclamação, o significado atual passou a seguir a linha do que é visto no substantivo masculino, mudando para “proprietária ou chefe de um estabelecimento privado comercial”.

No caso de Sonza, a crítica foi para o resultado de “mulher-solteira”. A cantora expôs que o significado que aparecia no Google era “prostituta, meretriz”. Depois da crítica, o termo foi retirado das buscas.

Veja íntegra do comunicado do Google
“Nossa missão é tornar as informações acessíveis e úteis para todos. Trabalhamos com conteúdo licenciado de dicionários parceiros para ajudar nossos usuários a encontrar de forma fácil informações sobre palavras na Busca. Não editamos nem removemos as definições fornecidas pelos nossos parceiros que são os especialistas em idiomas. No caso dos significados das palavras “patroa” e “mulher-solteira”, a Oxford Languages, nossa parceira que trabalha com uma das editoras mais tradicionais de dicionários do Brasil, determinou que ambas definições não refletem mais o uso moderno da língua portuguesa falada pelos brasileiros e não são usadas o suficiente para serem incluídas nos resultados de significados.

As definições foram atualizadas pela Oxford Languages e as mudanças já estão refletidas nos resultados de dicionário exibidos na Busca.”

Veja íntegra do comunicado da Oxford Languages
“O Oxford Languages fornece dados de línguas e linguagem para uma série de idiomas cobertos pelo recurso Dicionário da Busca do Google. Graças a isso, pessoas de todo o mundo têm acesso a informações confiáveis, de alta qualidade e baseadas em evidências. Entretanto, recentemente fomos questionados por usuários incomodados com algumas definições exibidas em português, para termos como “patroa” e “mulher solteira”. Levamos esse tipo de preocupação extremamente a sério, e por isso fizemos uma ampla revisão dessas definições.

Mas como e por que essas definições aparecem no dicionário? Nossos dicionários não determinam como a língua é usada, e sim refletem esse uso. Isso significa incluir palavras que podem ser consideradas ofensivas mas ainda estão em uso – mesmo que nós mesmos não adotemos esses termos no nosso vocabulário pessoal. Os dicionários também contemplam regionalismos e termos que caíram em desuso, mas que ainda podem ser encontrados em leituras. A ideia é oferecer um retrato preciso e detalhado do idioma como um todo. Um exemplo: um usuário pode estar lendo um romance escrito no início do século XX, e queremos ajudar essa pessoa a encontrar e entender termos que hoje podem parecer estranhos – mais importante ainda, a entender como e quando devem ser usados, sobretudo quando há risco de que aquela palavra seja considerada ofensiva.

Quais foram, até o momento, os resultados da revisão que fizemos? Bem, adotamos uma série de mudanças para deixar as definições ainda mais claras e úteis para os usuários. No caso do termo “patroa”, a definição não estava mais refletindo o uso contemporâneo pelos falantes de português do Brasil, e por isso esse verbete foi atualizado em nome da precisão. No caso de “mulher-solteira”, a pesquisa mostrou que a definição exibida ainda reflete o uso da expressão em algumas regiões do país, mas percebemos que a forma de apresentar a definição poderia levar a uma compreensão equivocada e confusa, e por isso ela foi retirada. Essas mudanças estão agora refletidas nos resultados exibidos na Busca do Google.

Criar e manter um dicionário é uma tarefa eterna, que não acaba nunca. Ela deve se basear no objetivo de registrar e refletir uma língua com precisão. Para fazer isso, as sugestões e opiniões das pessoas reais, que usam o idioma no dia a dia, são uma contribuição indispensável.”

Comentários Facebook
Continue lendo

Política MT

Cidades

Nortão

Policial

Mais Lidas da Semana