Juruena, cidade localizada no extremo norte do Mato Grosso, foi palco de uma ação policial que vem causando grande revolta e apreensão entre seus moradores. O sargento da Polícia Militar Fabrício de Arruda Campos é acusado de agredir covardemente o ex-vereador do município, Sérgio de Oliveira Moreira, mais conhecido como Sérgio Casagrande. O incidente, que ocorreu em circunstâncias ainda não totalmente esclarecidas, expôs a indignação da população e trouxe à tona questões sobre a conduta policial na região.
O Caso
Segundo testemunhas, o ex-vereador Sérgio Casagrande foi abordado de maneira truculenta pelo sargento Fabrício durante uma ação policial na cidade. A abordagem rapidamente escalou para uma agressão física, o que levou Sérgio a procurar atendimento médico devido à gravidade dos ferimentos. Moradores que presenciaram o fato classificaram a ação como uma atitude desproporcional e injustificável por parte do policial.

“O sargento Fabrício não tem preparo para lidar com a população. Ele nos trata como se fôssemos inimigos, ao invés de cidadãos que ele deveria proteger”, desabafou um morador que preferiu não se identificar por medo de retaliações. O medo, aliás, é um sentimento crescente em Juruena, onde, segundo os relatos, muitos evitam comentar publicamente o ocorrido por temerem represálias.
Repercussão na Cidade
Após o episódio, a Câmara de Vereadores de Juruena aprovou uma moção de repúdio contra o sargento Fabrício. Entretanto, de acordo com denúncias feitas por fontes próximas ao legislativo municipal, a medida desencadeou uma tentativa de intimidação. Colegas do sargento teriam se dirigido à residência de alguns vereadores para pressioná-los a não seguir adiante com a votação da moção.
Esse suposto ato de intimidação só aumentou a tensão entre os moradores, que já estão alarmados com o comportamento do sargento. “A polícia está aqui para proteger a cidade, mas o que estamos vendo é o contrário. Estamos com medo daqueles que deveriam nos defender”, destacou outro residente, refletindo o clima de insegurança e desconfiança que tomou conta de Juruena.

Ação do Jornal Correio de Mato Grosso
O jornal Correio de Mato Grosso vem acompanhando de perto o caso e tentou entrar em contato com o comandante da Polícia Militar do Mato Grosso, coronel Alexandre Corrêa Mendes, para obter esclarecimentos sobre a conduta do sargento e as medidas que serão tomadas diante das graves acusações. Até o momento, o comandante não se pronunciou oficialmente sobre o episódio.
Os repórteres também procuraram o sargento Fabrício para ouvir sua versão dos fatos. No entanto, segundo informações recebidas, após a grande repercussão do caso, ele teria solicitado férias. Tal atitude gerou ainda mais indignação entre os habitantes de Juruena, que veem na ausência do sargento uma tentativa de fugir das consequências de seus atos.
Preocupação com a Segurança Pública
O caso reabriu um debate importante sobre a qualidade do policiamento nas regiões mais distantes do estado. A nomeação de agentes despreparados ou com histórico de condutas violentas é uma preocupação constante para os moradores de cidades do interior, que muitas vezes ficam à mercê de um efetivo policial limitado e com pouca supervisão.
“Como pode a Polícia Militar colocar um policial despreparado para atuar aqui no interior? Estamos falando de uma pessoa que já desrespeitou outros moradores, que se comporta como se estivesse acima da lei”, questionou um comerciante local, refletindo a insatisfação com o comportamento de Fabrício e a gestão da segurança pública em Juruena.
A comunidade agora aguarda uma resposta mais contundente por parte das autoridades estaduais. “Nós queremos segurança, não intimidação. Não é possível que a violência venha daqueles que deveriam nos proteger”, disse outro morador, que enfatizou a necessidade de uma revisão nos quadros da polícia militar local.
Próximos Passos
A população de Juruena exige uma posição firme das autoridades estaduais, e a pressão sobre a Polícia Militar do Mato Grosso aumenta a cada dia. O sentimento de abandono e medo é generalizado, e a continuidade da presença do sargento Fabrício na cidade parece cada vez mais insustentável.
Em resposta às demandas populares, espera-se que a Polícia Militar de Mato Grosso conduza uma investigação interna para apurar os fatos e tomar as medidas cabíveis. A violência policial, especialmente em áreas mais isoladas, é uma preocupação crescente, e casos como o de Juruena podem ter repercussões graves para a confiança pública nas forças de segurança do estado.
O Correio de Mato Grosso seguirá acompanhando de perto o desenrolar dessa história, buscando esclarecer os detalhes do ocorrido e garantir que a justiça seja feita para Sérgio Casagrande e para todos os cidadãos de Juruena. A cidade pede por respostas, e as autoridades têm a responsabilidade de oferecê-las com transparência e justiça.
Conclusão
O episódio envolvendo o sargento Fabrício e o ex-vereador Sérgio Casagrande é um alerta para as falhas que ainda existem no policiamento do interior do Mato Grosso. As acusações de abuso de poder, violência desproporcional e intimidação política precisam ser apuradas com rigor. Somente com uma investigação justa e uma mudança nas práticas de segurança a população de Juruena poderá recuperar a confiança em suas forças policiais.