Inclusive, ele tem contratos com a Prefeitura de Mirassol D”Oeste
O biomédico Roberto Misahel do Amaral é investigado pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) por se passar por médico em unidades de saúde de
Mirassol D’Oeste, a 291 km de Cuiabá, desde o início deste ano. Roberto também atuava como servidor público de Laurentino (SC), e foi exonerado em dezembro do ano passado, após uma investigação sobre o exercício ilegal da medicina também ser aberto pelo Ministério Público de Santa Catarina.
Roberto se apresenta como médico formado pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), mas a universidade informou que ele é formado apenas em biomedicina e que ingressou no curso de medicina via processo de transferência, mas não concluiu a formação na instituição. A defesa dele afirma que ele se formou em São Paulo e que a atuação na área era legal.
Em Santa Catarina, ele dizia ser formado em medicina em outras duas universidades, incluindo EAD, mas o MP confirmou que Roberto também não concluiu o curso, o que levou o Conselho Regional de Medicina a anular seu pedido de inscrição. Além do diploma, certificados de mestrado e doutorado apresentados por ele também seriam falsos.
No sistema do Conselho Regional de Biomedicina (CRBM), o nome dele consta com especialidade em Imagenologia. Já no Conselho Regional de Medicina (CRM) não há registro do profissional.
O despacho para a investigação em Mato Grosso foi assinado na quarta-feira
(21) pela promotora Natália Guimarães
Ferreira. Por causa das denúncias, a promotora pediu que a Secretaria de Saúde de Mirassol D’Oeste esclareça a contratação, e também comunicou à Promotoria Criminal da comarca sobre a investigação.
“Diante da conduta repetida, fica o alerta aos demais municípios de Mato Grosso sobre a atuação criminosa do investigado””, disse.
Após o início das investigações, a Secretaria de Saúde registrou um boletim de ocorrência e encaminhou o caso ao Ministério Público. Roberto foi exonerado do cargo.
O que diz a defesa
O advogado de Roberto disse que ele se formou em Medicina em 2024 após várias transferências e pediu o CRM provisório com um certificado provisório.
A Centro Universitário das Américas
(FAM) cancelou a colação de grau por falta de 3.000 horas de internato da
UFMT. Mesmo com o histórico entregue depois, a faculdade recusou reanalisar o caso, e o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo
(Cremesp) cancelou a inscrição dele por problemas na documentação.
“Ele ficou devendo ao FAM e o Centro
Universitário manifestou no CRM
pedindo o cancelamento devido incontinência da documentação. Nós também estamos com um processo contra a prefeitura do município de Santa Catarina porque ele estava com o CRM ativo”. , explicou.
Neste mês, Roberto entrou com uma ação na Justiça de São Paulo pedindo para reativar sua inscrição provisória como médico no Conselho, mas o pedido foi negado.
Como identificar um falso médico
No navegador, digite “Busca por Médico”;
Clique na primeira página que aparecer, do Portal Médico; o site direciona para a página oficial do Conselho Federal de Medicina (CFM);
Ao descer um pouco a tela, estará disponível um formulário de busca;