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IICA quer debater criação de selo de agricultura familiar das Américas

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O Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) quer discutir a criação de um selo comum de agricultura familiar das Américas. A proposta foi uma das apresentadas pelo diretor-geral do IICA, Manuel Otero, ao final das reuniões plenárias, a 42 lideranças rurais que participaram do primeiro Encontro de Líderes Rurais, promovido pela organização, na Costa Rica.

“Obviamente há países, e o Brasil é um claro exemplo, que têm avançado nisso. Mas, temos o direito de sonhar com um selo da agricultura familiar. Não é algo simples, mas temos o direito de sonhar”, disse Otero em entrevista à Agência Brasil.

No Brasil, o Selo Nacional da Agricultura Familiar (Senaf) identifica os produtos da agricultura familiar e é uma espécie de garantia aos consumidores de como aqueles produtos foram produzidos e da qualidade deles. Com o selo, os produtos passam a integrar um catálogo, que busca dar mais visibilidade a essa produção. A ideia é que haja um selo único para todos os países americanos, dando também visibilidade e facilitando o comércio. Isso esbarra, no entanto, nas legislações de cada país.

Além de discutir a criação desse selo comum, o IICA comprometeu-se a debater a formação de uma rede de bancos de sementes e de materiais genéticos de espécies de plantas nativas dos países americanos. Segundo Otero, aos bancos atuais estão mais dedicados a cultivos tradicionais como milho e trigo, mais deixam de fora espécies que crescem apenas nas Américas e que podem ser importantes para o futuro da humanidade.

Outro compromisso é a criação de um banco de experiências e soluções dadas principalmente por pequenos agricultores a desafios no campo como a falta de água, a seca, o desequilíbrio do solo e o combate a pragas. Cada um dos líderes foi escolhido justamente por ter experiências exitosas, que podem ser replicadas. “Acredito que o IICA pode fazer uma contribuição significativa sistematizando essas experiências”, disse Otero.

A organização comprometeu-se também a prestar apoio às lideranças rurais, a fortalecer a rede formada ao longo dos dias de encontro, assim como conectar esses produtores e suas comunidades a entidades e com financiamentos que possam ajudá-los a desenvolver a região. Outro compromisso é a atenção ao cooperativismo, que segundo Otero, necessita de ajustes, capacitação e melhoras normativas nos países.

“As reuniões são importantíssimas como ponto de encontro para nos energizarmos. Agora, vem o dia seguinte e temos que avançar com passos concretos, senão muitos desses esforços não dão em nada e, como diretor do IICA, não devo permitir isso”, acrescentou o diretor-geral.

Agricultura nas Américas

Na entrevista à Agência Brasil, Otero comemorou o encontro inédito. O IICA é uma organização chefiada pelos ministros e secretários de Agricultura dos 34 países das Américas que o compõem. “O IICA se relaciona com empresários e com acadêmicos de alto nível, com diretores de organizações não governamentais mas, às vezes, falta nos relacionarmos com as bases, com o campo. Para reparar essa falta, decidimos, há três anos, instituir o prêmio Alma da Ruralidade e começamos o trabalho de identificar esses líderes que hoje nos acompanham”, ressaltou.

Até o momento, 43 lideranças receberam esse título em quase todos os países americanos. Dessas, 36 participaram do primeiro Encontro de Líderes Rurais de forma presencial e seis, remotamente. “Essa reunião mostra a força do nosso continente à nível das comunidades rurais e a diversidade de realidades dessas comunidades”, destacou Otero. O encontro, que começou na terça-feira (16), tem como objetivo promover a troca de experiências e conta, além das reuniões plenárias, com visitas técnicas a empreendimentos sustentáveis na Costa Rica. A agenda termina no sábado (20).

Para Otero, os governos precisam dar atenção à agricultura familiar e viabilizar formas de tornar a vida no campo atrativa para as comunidades. “Nossos governos têm que entender que as comunidades rurais, os pequenos agricultores são peça fundamental em qualquer estratégia de desenvolvimento”, enfatizou.

Segundo dados apresentados pelo vencedor do Prêmio Mundial de Alimentação de 2020, Rattan Lal, que participou do evento por meio de gravação, a América Latina e o Caribe têm uma área florestal de 1 bilhão de hectares, que representa 28% do total mundial, e uma biodiversidade que representa 36% das espécies alimentares e industriais do mundo. Nessa região, 38% do uso da terra é agrícola.

Na América Latina, existem quase 15 milhões de pequenas propriedades agrícolas, dos quais 10 milhões são voltadas para a subsistência. A área voltada para a agricultura familiar é de 400 milhões de hectares.

De acordo com Otero, a América é o continente que está passando pelo maior processo de urbanização do mundo e a projeção é que, em 2050, 86% da população esteja vivendo nas cidades. No entendimento dele, isso é “uma péssima notícia para o mundo, porque as pessoas deixam de ser produtoras e passam a ser consumidoras”.

Os produtores, para ele, “São atores centrais, que nós dizemos que dão a vida para a ruralidade”. “Aí está a nossa preocupação. Em meio a um contexto de cenários turbulentos, marcados por guerra, por pandemia, pela mudança climática, eles são a variável de ajuste. Temos que defender a viabilidade dos agricultores familiares”, defendeu

*A repórter viajou a convite do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).

Fonte: EBC Internacional

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Homem atacado por brasileiro com espada em Londres salvou filha

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Homem matou uma pessoa com espada no Reino Unido
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Homem matou uma pessoa com espada no Reino Unido


A irmã de Henry De Los Rios Polania, que protegeu sua filha de quatro anos e esposa durante um ataque de espada, descreveu-o como um exemplo de heroísmo. O episódio resultou na morte de um adolescente e quatro pessoas feridas.

Henry, no entanto, não saiu ileso desse ato de coragem. Ele sofreu um corte profundo na mão e está enfrentando um processo de recuperação longo e traumatizante, enquanto lida com as sequelas físicas e emocionais, segundo revelou familiares.

O suspeito do ataque, Marcus Aurelio Arduini Monzo, um hispano-brasileiro de 36 anos, foi acusado pelos atos, incluindo assassinato, tentativa de assassinato e lesão corporal.

A ação da polícia resultou na prisão de Monzo 20 minutos após o início do ataque, durante uma tentativa frustrada de invadir uma casa.

As autoridades policiais britânicas esclareceram que o caso não está relacionado ao terrorismo e que não há ameaça contínua à comunidade, trazendo um certo alívio aos moradores local.

O caso também levanta preocupações sobre a crescente incidência de ataques com armas brancas no Reino Unido.

Estatísticas recentes revelaram um aumento de 7% nos ataques com facas e espadas no ano passado na Inglaterra e no País de Gales, enquanto em Londres, os ataques aumentaram alarmantes 20%, totalizando 14.577 registros e retornando aos níveis pré-pandêmicos.

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Fonte: Internacional

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Vídeo: criança morre ao ser forçada pelo pai a correr em esteira

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Criança foi forçada a correr em esteira
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Criança foi forçada a correr em esteira


Christopher Gregor está enfrentando a possibilidade de ser condenado à prisão perpétua pela morte do seu filho de apenas seis anos, Corey. O aconteceu em 2021, quando ele obrigou seu filho a correr em uma esteira em uma academia, alegadamente por considerá-lo “muito gordo”.

Durante o julgamento que está em curso, imagens foram exibidas, mostrando Gregor forçando o menino a correr em alta velocidade na esteira. A cena revelou que Corey caiu no chão várias vezes devido à exaustão, mas seu pai o obrigou a continuar, ignorando completamente os sinais claros de sofrimento da criança.

Em um momento, Christopher agarrou seu filho pela camisa e o forçou a continuar correndo, chegando ao extremo de pressionar sua boca contra a cabeça do menino para garantir sua obediência.

A mãe da vítima denunciou o pai, relatando também agressões anteriores contra a criança.

Dias após o incidente na academia, Corey acordou apresentando dificuldades para caminhar, enjoo e problemas de fala. Ao ser levado ao hospital, o menino revelou ao médico que foi obrigado a correr pelo pai, que constantemente o chamava de “gordo”.

Durante um exame médico, o garoto teve uma convulsão e faleceu, deixando sua mãe em lágrimas ao testemunhar as imagens que revelaram a situação que seu filho enfrentou.

Diante desses fatos, Christopher Gregor enfrenta a possibilidade de ser condenado à prisão perpétua.

Assista ao vídeo:


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Fonte: Internacional

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